Geochimica Brasiliensis (Aug 2018)
GRANITOS COM EPIDOTO MAGMÁTICO E CLINOPIROXÊNIO: PLÚTONS TAMBORIL E OLHO D’ÁGUA, TERRENO CACHOEIRINHA−SALGUEIRO, NORDESTE DO BRASIL
Abstract
Granitos Ediacaranos calci-alcalinos, calci-alcalinos de alto potássio, shoshoníticos, peralcalinos e trondhjemíticos intrudiram o Terreno Cachoeirinha-Salgueiro (CST) no Domínio da Zona Transversal, Nordeste do Brasil. Os plútons Tamboril e Olho d’Água têm assembleias mineralógicas semelhantes, mas texturas distintas. O plúton Olho d’Água é composto de clinopiroxênio-biotita tonalito de granulação média, equigranular, com anfibólio e epidoto magmático, enquanto que o plúton Tamboril consiste de biotita granodiorito médio a grosso, porfirítico, com clinopiroxênio e megacristais de plagioclásio. Nos plútons Tamboril e Olho d’Água, clinopiroxênio é substancialmente menos abundante quando há a presença de epidoto, ou seja, o aumento de clinopiroxênio modal é diretamente proporcional à diminuição do epidoto modal, assim como ocorre no plúton Pedra Branca. Os xenólitos ricos em anfibólios são considerados fragmentos que se destacaram de uma fonte profunda e podem representar restitos da fusão parcial de uma fonte anfibolítica. Elementos maiores apontam estes plútons como cálcio-alcalinos de alto-K, metaluminosos, com características de granitos magnesianos do tipo Cordilheirano. A norma CIPW aponta uma composição de monzogranito para o plúton Tamboril e granodiorito para o plúton Olho d’Água. Estes plútons têm valores de susceptibilidade magnética baixos (≈0,3×10-3 SI), que são típicos de granitos do tipo-S. Entretanto, granitos tipo-I com epidoto magmático no Terreno Cachoeirinha−Salgueiro também têm baixos valores de susceptibilidade magnética (<0,5×10-3 SI) porque o Fe+3 está ligado a estrutura do epidoto. A mineralogia metaluminosa mostra que é improvável que os magmas de Tamboril e Olho d’Água sofreram assimilação crustal. Zonações oscilatórias em fina escala e inclusões de biotita e epidoto comuns em megacristais de plagioclásios e feldspatos potássicos sugerem convecção na câmara magmática ou variação de condições físico-química durante a cristalização. Parece haver duas gerações de clinopiroxênios: idiomórfico, sem inclusões e hipidiomórficos, com inclusões de diversos minerais. Estes últimos, cheios de inclusões, podem ser considerados resíduos da fonte original do magma.
Keywords