Revista Brasileira de Reumatologia (Aug 2009)

Hiper-homocisteinemia e síndrome antifosfolípide primária Hyperhomocysteinemia and primary antiphospholipid syndrome

  • Jozélio Freire de Carvalho,
  • Maria Teresa Correia Caleiro,
  • Eloísa Bonfá

DOI
https://doi.org/10.1590/S0482-50042009000400002
Journal volume & issue
Vol. 49, no. 4
pp. 337 – 345

Abstract

Read online

OBJETIVOS: Investigar a prevalência de hiper-homocisteinemia e suas possíveis associações clínicas e laboratoriais em pacientes com síndrome antifosfolípide primária (SAFP). PACIENTES E MÉTODOS: Estudo transversal de 27 pacientes (88% mulheres) com SAFP (critérios de Sapporo). Foram avaliados dados demográficos, clínicos, comorbidades, medicações, anticorpos antifosfolípides, colhendo-se uma amostra de sangue para dosagem da homocisteína, pela técnica de cromatografia líquida de alta resolução. RESULTADOS: Seis (22%) dos 27 pacientes apresentaram níveis de homocisteinemia acima dos valores normais (98,7 ± 8,9 versus 8,0 ± 2,9 ¼M, P = 0,0008). Comparando-se o grupo de pacientes com hiper-homocisteinemia com aquele que apresentava níveis normais, verificou-se que ambos os grupos de pacientes com SAFP não diferiram estatisticamente em relação aos dados demográficos (idade, cor branca, peso, altura e índice de massa corporal), bem como ao tempo de duração de doença (64 ± 39,6 versus 77,9 ± 61,3 meses, P = 0,32). Nenhum dos grupos apresentou diferenças quanto às manifestações da doença (eventos arteriais, venosos e obstétricos, trombose venosa profunda, tromboembolismo pulmonar, plaquetopenia, infarto agudo do miocárdio, angina e acidente vascular cerebral), comorbidades (hipertensão arterial e dislipidemia), ao estilo de vida (atividade física e tabagismos atual e pregresso), bem como ao uso de medicações (corticoide atual e pregresso, estatina, cloroquina e ácido acetilsalicílico). A prevalência e os títulos de anticorpos anticardiolipina foram semelhantes em ambos os grupos. CONCLUSÃO: A hiper-homocisteinemia pode ser detectada em cerca de um quarto da população com SAFP, sem associação com características distintivas clínicas e laboratoriais dessa doença.OBJECTIVES: The objective of this study was to investigate the prevalence of hyperhomocysteinemia and its possible clinical and laboratorial associations in patients with primary antiphospholipid syndrome (PAPS). PATIENTS AND METHODS: This is a transversal study with 27 patients (88% women) with PAPS (Sapporo criteria). Demographic and clinical data, as well as comorbidities, medications, antiphospholipid antibodies, and blood concentrations of homocysteine, measured by high resolution liquid chromatography, were evaluated. RESULTS: Six (22%) out of 27 patients had high levels of homocysteine (98.7 ± 8.9 versus 8.0 ± 2.9 ¼M, P = 0.0008). Comparison between the group of patients with hyperhomocysteinemia and the group of patients with normal serum homocysteine levels did not show differences in the demographic data (age, white, weight, height, and body mass index) or in the duration of the disease (64 ± 39.6 versus 77.9 ± 61.3 months, P = 0.32). Differences in disease manifestations (arterial, venous, and obstetric events, deep venous thrombosis, pulmonary thromboembolism, thrombocytopenia, acute myocardial infarction, angina, and stroke), comorbidities (hypertension and hyperlipidemia), life style (physical activity, past and present smoking), as well as the use of medications (past and present use of corticosteroids, statins, chloroquine, and acetylsalicylic acid), were not observed between both groups. The prevalence and titers of anticardiolipin antibodies were similar in both groups of patients. CONCLUSION: Hyperhomocysteinemia can be detected in approximately one fourth of the PAPS patients, and it is not associated with distinct clinical and laboratorial characteristics of this disorder.

Keywords