Monções (Dec 2022)

A política externa bolsonarista e a aproximação com os Estados Unidos: o neopentecostalismo como catalisador de ideias

  • Tales de Paula Roberto de Campos,
  • Leonardo Alexandre dos Santos

DOI
https://doi.org/10.30612/rmufgd.v11i22.14716
Journal volume & issue
Vol. 11, no. 22
pp. 83 – 117

Abstract

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Durante a segunda metade da década de 2010, passou-se a perceber no continente americano a ascensão dos discursos de extrema-direita, que categorizou a chamada “onda conservadora”. A extrema-direita é pautada pela defesa do conservadorismo no que concerne aos valores sociopolíticos (como a preservação da família tradicional) e pelo liberalismo nas vias econômicas. Um dos fatores que incentivou a ascensão dessa vertente ideológica foi o aumento do número de participação política da sociedade neopentecostal: religião que tem suas bases no esforço individual e na preservação dos costumes tradicionais. Um dos países que vem ganhando destaque na incorporação dos valores neopentecostais na política nacional é o Brasil, a partir da eleição de Jair Messias Bolsonaro pela maioria evangélica em 2018. O presidente (que participou como deputado originalmente do Partido Social Cristão) se identifica como sendo parte da matriz judaico-cristã e tem suas decisões pautadas na retomada dos valores tradicionais cristãos do ocidente político. O presente artigo tem como objetivo identificar os fragmentos religiosos na condução de política externa do governo Bolsonaro e analisar até que ponto estes são responsáveis pelo alinhamento com os Estados Unidos de Donald Trump.

Keywords