Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2023)

VALIDAÇÃO DO MÉTODO PCR EM TEMPO REAL PARA DIAGNÓSTICO DE CITOMEGALOVÍRUS E DOS POLIOMAVÍRUS BK E JC EM AMOSTRAS DE PACIENTES TRANSPLANTADOS RENAIS

  • MLMV Corgozinho,
  • S Vilaça,
  • A França,
  • AGG Oliveira,
  • LV Alves,
  • JKPD Reis,
  • BEF Mota,
  • APL Mota

Journal volume & issue
Vol. 45
pp. S845 – S846

Abstract

Read online

Introdução e objetivo: Os poliomavírus e citomegalovírus são vírus ubíquos na população que permanecem latentes em vários tecidos de indivíduos portadores. A reativação viral pode ocorrer em receptores do transplante renal e pode levar a leucoencefalopatia multifocal progressiva e nefropatia associada ao poliomavírus JC, nefropatia crônica do enxerto associada ao poliomavírus BK, complicações gastrointestinais, hematológicas e respiratórias associadas ao citomegalovírus humano. Vários testes diagnósticos foram desenvolvidos, mas ainda não existe uma padronização bem estabelecida para detecção dos poliomavírus. O objetivo do presente estudo foi desenvolver uma validação da reação em cadeia da polimerase (PCR) quantitativa em tempo real (qPCR) para permitir a detecção exata e precisa de citomegalovírus e dos poliomavírus BK e JC em amostras de pacientes transplantados renais. Materiais e métodos: Foram coletadas 92 amostras de plasma e 89 de urina de pacientes transplantados provenientes do Hospital Felício Rocho (HFR), Belo Horizonte/MG, Brasil. Os primers/sondas foram construídos de maneira inédita, utilizando-se as plataformas NCBI Blast e Primer-Blast. As amostras foram submetidas à extração de material genético com posterior padronização diagnóstica, utilizando-se a qPCR para avaliação qualitativa e quantitativa (carga viral). O gene da gliceraldeído-3-fosfato desidrogenase (GAPDH) foi utilizado como controle interno. Resultados e discussão: O teste desenvolvido apresentou alta sensibilidade para os alvos pesquisados com 1,518 × 100 cópias/L do poliomavírus BK, 1,113 × 101 cópias/L do poliomavírus JC e 5,000 × 102 UI/mL de citomegalovírus. Não houve reação cruzada entre os vírus pesquisados e outros vírus filogeneticamente relacionados, como os herpes-vírus. Os testes desenvolvidos foram reprodutíveis, apresentando resultados semelhantes nos testes de sensibilidade e repetibilidade. Para a determinação da carga viral, o limite de quantificação foi definido para o citomegalovírus na urina em 5,000 × 102 UI/mL e no plasma em 5,000 × 103 UI/mL. Para o poliomavírus BK na urina a carga viral foi definida em 1,518 × 102 cópias/μL e no plasma em 1,518 × 103 cópias/μL. Por fim, para o poliomavírus JC na urina e no plasma o limite de quantificação da carga viral foi estabelecido em 1,113 × 103 cópias/μL. Conclusão: O desenvolvimento e a validação da qPCR apresentada neste trabalho poderá fornecer uma excelente ferramenta para o diagnóstico de citomegalovírus e dos poliomavírus BK e JC em amostras de pacientes transplantados renais. A padronização de métodos laboratoriais se faz necessária, pois auxilia na tomada de decisões clínicas mais eficazes e precoces, contribuindo para uma melhor monitorização desta população de estudo.