Revista Brasileira de Oftalmologia ()
Custos não médicos diretos e indiretos relacionados ao glaucoma primário de ângulo aberto no Brasil
Abstract
RESUMO Objetivo: Identificar os custos não médicos diretos e indiretos em uma população de pacientes portadores de glaucoma primário de ângulo aberto (GPAA) em tratamento no Brasil. Métodos: A pesquisa dos custos neste estudo transversal foi realizada através de entrevista a uma população de pacientes portadores de GPAA em acompanhamento em um centro de referência para o tratamento do glaucoma na cidade de Juiz de Fora - MG. Para avaliação dos custos não médicos diretos, as seguintes variáveis foram investigadas: gasto com transporte, hospedagem, alimentação e acompanhante para cada consulta. Já na análise dos custos indiretos, avaliou-se: recebimento ou não de benefício social por causa do glaucoma (aposentadoria ou auxílio-doença) e qual o valor anual e perda de dias trabalhados pelo paciente e/ou pelo acompanhante. Os valores médios anuais foram calculados para todo o grupo e para cada estágio evolutivo do glaucoma. Resultados: Setenta e sete pacientes foram incluídos nesta análise (GPAA inicial: 26,0%; GPAA moderado: 24,7% e GPAA avançado: 49,3%). A média do custo não médico direto foi (em reais): 587,47; 660,52 e 708,54 para os glaucomas iniciais, moderados e avançados, respectivamente. Já a média do custo indireto foi: 20.156,75 (GPAA inicial); 26.988,16 (moderado) e 27.263,82 (avançado). Conclusão: Os custos não médicos diretos e indiretos relacionados ao GPAA no Brasil foram identificados. Os custos indiretos são superiores aos custos não médicos diretos e ambos tendem a aumentar com o avanço da doença.
Keywords