Revista Portuguesa de Cardiologia (Jun 2022)

Atherosclerosis in the primary health care setting: A real-word data study

  • Raquel Ascenção,
  • Joana Alarcão,
  • Francisco Araújo,
  • João Costa,
  • Francesca Fiorentino,
  • Victor Gil,
  • Miguel Gouveia,
  • Francisco Lourenço,
  • Alberto Mello e Silva,
  • António Vaz Carneiro,
  • Margarida Borges

Journal volume & issue
Vol. 41, no. 6
pp. 475 – 484

Abstract

Read online

Introduction and Objectives: To characterize patients with atherosclerosis, a disease with a high socioeconomic impact, in the Lisbon and Tagus Valley Health Region. Methods: A cross-sectional observational study was carried out through the Lisbon and Tagus Valley Regional Health Administration primary health care database, extracting data on the clinical and demographic characteristics and resource use of adult primary health care users with atherosclerosis during 2016. Different criteria were used to define atherosclerosis (presence of clinical manifestations, atherothrombotic risk factors and/or consumption of drugs related to atherosclerosis). Comparisons between different subpopulations were performed using parametric tests. Results: A total of 318 692 users were identified, most of whom (n=224 845 users; 71%) had no recorded clinical manifestations. The subpopulation with clinical manifestations were older (72.0±11.5 vs. 71.3±11.0 years), with a higher proportion of men (58.0% vs. 45.9%), recorded hypertension (78.3% vs. 73.5%) and dyslipidemia (55.8% vs. 53.5%), and a lower proportion of recorded obesity (18.2% vs. 20.8%), compared to those without clinical manifestations (p<0.001). Mean blood pressure, LDL-C and glycated hemoglobin values were lower in the subpopulation with manifestations (142/74 vs. 146/76 mmHg, 101 vs. 108 mg/dl, and 6.80 vs. 6.84%, respectively; p<0.001). Each user with atherosclerosis attended 4.1±2.9 face-to-face medical consultations and underwent 8.6±10.0 laboratory test panels, with differences in subpopulations with and without clinical manifestations (4.4±3.2 vs. 4.0±2.8 and 8.3±10.3 vs. 8.7±9.8, respectively; p<0.001). Conclusions: About one in three adult primary health care users with atherosclerosis have clinical manifestations. The results suggest that control of cardiovascular risk factors is suboptimal in patients with atherosclerosis. Resumo: Introdução e objetivos: Caracterizar os doentes com aterosclerose, uma doença com elevado impacto socioeconómico, na Região de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo. Métodos: Estudo observacional transversal, recorrendo ao Sistema de Informação desta Administração Regional de Saúde, com extração de dados clínico-demográficos e de consumo de recursos dos utilizadores adultos com aterosclerose em 2016. A aterosclerose foi definida pela presença de manifestações clínicas, fatores de risco aterotrombóticos e/ou consumo de medicamentos marcadores de aterosclerose. Foram comparados os resultados para a população com e sem manifestações clínicas (testes paramétricos). Resultados: Identificámos 318 692 utilizadores, a maioria (n=224 845 doentes; 71%) sem registo de manifestações clínicas. A subpopulação com manifestações clínicas era mais idosa (72,0±11,5 versus 71,3±11,0 anos), com maior proporção de homens (58,0% versus 45,9%), registo de hipertensão arterial (78,3% versus 73,5%), dislipidemia (55,8% versus 53,5%) e menor proporção de registo de obesidade (18,2% versus 20,8%), em comparação com a população sem manifestações clínicas (p<0,001). Os valores médios de pressão arterial sistólica/diastólica, C-C-LDL e hemoglobina glicada foram inferiores na subpopulação com manifestações (142/74 versus 146/76 mmHg, 101 versus 108 mg/dL, 6,80 versus 6,84%, respetivamente; p<0,001). Cada utilizador com aterosclerose realizou 4,1±2,9 consultas médicas presenciais e 8,6±10,0 painéis de análises clínicas, com diferenças nas subpopulações com e sem manifestações clínicas (4,4 ± 3,2 versus 4,0 ± 2,8 e 8,3 ± 10,3 versus 8,7±9,8, respetivamente; p<0,001). Conclusões: Cerca de um em cada três utilizadores adultos de cuidados de saúde primários com aterosclerose têm manifestações clínicas. Os resultados sugerem que o controlo dos factores de risco cardiovascular é sub-óptimo em doentes com aterosclerose.

Keywords