Arquivos Brasileiros de Cardiologia (Feb 2024)

Relação entre a Complacência Pulmonar Estática e a Falha de Extubação em Pacientes Pós-Operatório de Cirurgia Cardíaca

  • Thais Bento Rudge Ramos,
  • Luciana Castilho Figueiredo,
  • Luiz Claudio Martins,
  • Antonio Luis Eiras Falcão,
  • Lígia dos Santos Roceto Ratti,
  • Orlando Petrucci,
  • Desanka Dragosavac

DOI
https://doi.org/10.36660/abc.20230350
Journal volume & issue
Vol. 121, no. 2

Abstract

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Resumo Fundamento: Pouco explorada na decisão de extubação no pós-operatório de cirurgia cardíaca, a complacência pulmonar estática seriamente afetada no procedimento cirúrgico pode levar à insuficiência respiratória e à falha na extubação. Objetivo: Avaliar a complacência pulmonar estática no pós-operatório de cirurgia cardíaca e relacionar sua possível redução aos casos de falha na extubação dos pacientes submetidos ao método fast-track de extubação. Métodos: Foram incluídos pacientes que realizaram cirurgia cardíaca com uso de circulação extracorpórea (CEC) em um hospital universitário estadual admitidos na UTI sob sedação e bloqueio residual. Tiveram sua complacência pulmonar estática avaliada no ventilador mecânico por meio do software que utiliza o least squares fitting (LSF) para a medição. No período de 48 horas após a extubação os pacientes foram observados respeito à necessidade de reintubação por insuficiência respiratória. O nível de significância adotado para os testes estatísticos foi de 5%, ou seja, p<0,05. Resultados: Obtiveram sucesso na extubação 77 pacientes (75,49%) e falharam 25 (24,51%). Os pacientes que falharam na extubação tiveram a complacência pulmonar estática mais baixa quando comparados aos que tiveram sucesso (p<0,001). Identificamos o ponto de corte para complacência por meio da análise da curva Receiver Operating Characteristic Curve (ROC) sendo o ponto de corte o valor da complacência <41ml/cmH2O associado com maior probabilidade de falha na extubação (p<0,001). Na análise de regressão múltipla, verificou-se a influência da complacência pulmonar (dividida pelo ponto de corte da curva ROC) com risco de falha 9,1 vezes maior para pacientes com complacência <41ml/cmH2O (p< 0,003). Conclusões: A complacência pulmonar estática <41ml/cmH2O é um fator que compromete o sucesso da extubação no pós-operatório de cirurgia cardíaca.

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