Psicogente (Jul 2019)

Apego e parentalidade sob o enfoque transcultural: uma revisão da literatura

  • Ana Paula Sesti Becker,
  • Mauro Luís Vieira,
  • Maria Aparecida Crepaldi

DOI
https://doi.org/10.17081/psico.22.42.3507
Journal volume & issue
Vol. 22, no. 42
pp. 1 – 25

Abstract

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Objetivo: Analisar sistematicamente a produção científica acerca do apego e a parentalidade sob o enfoque transcultural. Método: Realizou-se o levantamento de produções indexadas, a partir de buscas em bases de dados nacionais –Scielo Brasil– e CAPES –Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior–; e internacionais –PsycINFO–, mediante os seguintes descritores: Apego OR Bowlby AND parentalidade OR “relação parental”; Attachment OR Bowlby AND Parenting OR Parenthood; e por fim, Apego OR Bowlby AND Parentalidad OR “Relaciones parentales”. Foram considerados os estudos nos idiomas português, inglês e espanhol, entre o período de 2013 a outubro de 2017. Após a definição dos critérios de inclusão, os cinco artigos retidos foram analisados com base nos aspectos metodológicos (dados da amostra, tipo de abordagem, tipo de estudo e técnica de coleta de dados), e posteriormente, foram submetidos a análise semântica, da qual derivou-se duas categorias temáticas: 1) Fatores que influenciam a formação do apego e a parentalidade e 2) Apego e relações parentais. Resultados: Apontaram-se lacunas existentes no que se refere à produção científica especificamente ao tema elencado; tendo em vista a diversidade de estudos que englobam os sistemas de apego e temas transversais, como apego e desenvolvimento infantil, apego e psicopatologia, apego e maternidade, entre outros. Além disso, não foram encontrados estudos nacionais sobre a temática, assim como pesquisas transculturais a respeito. Em relação ao delineamento dos estudos encontrados, todos caracterizam-se pelo enfoque quantitativo e estudos longitudinais do tipo prospectivos - follow-up. As técnicas de coleta de dados que mais se sobressaíram foram a Entrevista de Apego Adulto (AAI), seguida da Situação Estranha em pesquisas com amostras infantis. Conclusão: Destaca-se que a Teoria do Apego necessita estar aberta para a revisão e a consideração das dimensões relacionadas à cultura. Isso implica ajustá-la à diferentes contextos culturais, históricos e sociais. Sugere-se, portanto, o incremento de novos estudos que contemplem a formação do apego, os quais venham disseminar intervenções parentais positivas para o ciclo de vida pessoal e familiar dos sujeitos.

Keywords