Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento (Feb 2022)
Qualidade de vida de trabalhadores e o consumo de ultraprocessados
Abstract
Introdução: A qualidade de vida (QV) dos trabalhadores possui relação com o seu trabalho, inserindo-se no campo da saúde coletiva. Objetivo: Avaliou-se a percepção dos domínios de QV e consumo de alimentos ultraprocessados, estado nutricional e área de atuação de funcionários de uma cooperativa de saúde. Materiais e métodos: No estudo transversal, composto por 92 funcionários, foi aplicado o questionário WHOQOL mais um questionário para estado nutricional e informações sobre consumo de ultraprocessados e área de atuação. Utilizou-se testes Kruskal-Wallis e Correlação de Pearson, adotando-se nível de significância de p≤0,05. Resultados: Verificou-se correlação inversa entre a média do consumo diário de ultraprocessados e os domínios de QV físico, psicológico e social (p=0,039, p=0,02 e p≤0,01). A média do domínio psicológico foi menor entre obesos (p=0,046) e a média do domínio ambiental foi maior entre atuantes na área da saúde (p=0,004). Discussão: Os domínios de QV foram importantes para ações inerentes ao processo saúde-doença e sua interferência no rendimento dos trabalhadores. Destacou-se que a relação entre o perfil antropométrico, qualidade da alimentação, sentimentos e percepções em relação ao local de trabalho, possuem grande relevância nas tarefas diárias. Conclusão: A maior média entre os domínios de QV foi referente ao domínio social. Quanto maior a média do consumo diário de ultraprocessados, menores as médias dos escores dos domínios físico, psicológico e social. Os obesos apresentaram menor média no domínio psicológico em relação aos demais estados nutricionais, demonstrando necessidade de atuação em relação às escolhas alimentares e em todos os âmbitos de QV.
