Revista Brasileira de Educação Médica (Nov 2020)

Sentimentos dos Estudantes de Medicina e Médicos Residentes ante a Morte: uma Revisão Sistemática

  • Taísa Izabela Magalhães e Souza,
  • Larissa Cristina de Assis,
  • Lorena Olimpio da Silva,
  • Thales Henrique Oliveira Magalhães e Souza,
  • Hermem de Almeida Campos Tadeu,
  • Marcelo Esteves Chaves Campos,
  • Maria Aparecida Turci

DOI
https://doi.org/10.1590/1981-5271v44.4-20200082
Journal volume & issue
Vol. 44, no. 4

Abstract

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Resumo: Introdução: Como os profissionais da área médica terão que lidar com a questão da morte, este trabalho teve como objetivos identificar os sentimentos dos estudantes de Medicina e dos médicos residentes do Brasil ante o morrer e a morte, e compreender como eles vivenciam a própria formação durante a graduação e a especialização para esse enfrentamento. Método: Trata-se de uma revisão sistemática da literatura feita com base na metodologia PRISMA. A revisão foi conduzida entre agosto e dezembro de 2019 com os descritores “estudantes de medicina”, “medical students”, “morte” e “death”, pesquisados na Biblioteca Virtual de Saúde (BVS). Resultados: Dos 372 artigos identificados na busca, 18 estudos publicados atendiam a todos os critérios de inclusão e exclusão estabelecidos. Quanto à análise dos artigos em relação aos sentimentos dos estudantes de Medicina e dos médicos residentes perante situações de morte, percebeu-se que a maioria dos estudos relatou experiências negativas, como medo, insegurança, tristeza, raiva e culpa. Apesar de ainda serem incipientes as disciplinas e estratégias institucionalizadas, parece que, com o decorrer do curso e da prática profissional, os sentimentos negativos são amenizados, porque se vivenciam com mais frequência contextos de terminalidade e morte, oportunizando, assim, o aprendizado por meio da observação e postura perante essas situações práticas, visto que a morte e suas interfaces fazem parte do cotidiano médico. Conclusões: Os estudantes de Medicina e os médicos residentes do Brasil apresentam desconforto e dificuldade em lidar com os processos de morte e do morrer. Para modificar esse cenário de despreparo, é consenso entre eles a necessidade de incluir disciplinas teórico-práticas de Tanatologia, Cuidados Paliativos e Psicologia Médica no currículo das faculdades de Medicina e reformular o conteúdo delas de forma a abordar mais profundamente o processo de morte no contexto prático.

Keywords