Revista Panamericana de Salud Pública ()

Sobrevivência de pacientes com aids em uma cidade do sudeste brasileiro

  • Elisa Ortuzar Menesia,
  • Afonso Dinis Costa Passos,
  • Maria Elizabeth Monteiro,
  • Amaury Lelis Dal-Fabbro,
  • Milton Roberto Laprega

DOI
https://doi.org/10.1590/S1020-49892001000700005
Journal volume & issue
Vol. 10, no. 1
pp. 29 – 36

Abstract

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Objetivo. Avaliar a sobrevida dos pacientes com diagnóstico de aids em Ribeirão Preto, Brasil, de 1986 a 1997. Métodos. Foram revisadas retrospectivamente as fichas epidemiológicas de 2 214 pacientes diagnosticados no período do estudo. Foram incluídos 1 231 participantes com acompanhamento de no mínimo 30 dias após a data do diagnóstico. Informações sobre óbitos foram obtidas junto a hospitais e cartórios de registro civil de Ribeirão Preto. Resultados. A sobrevida para o grupo foi de 310 dias (10,3 meses). De 1986 até 1997, a mediana de sobrevivência passou de 362 dias (1986 a 1990) para 260 dias (1991 a 1995) e 864 dias (1996 e 1997). As curvas de Kaplan-Meier e o teste log rank evidenciaram diferenças significativas para as variáveis sexo, idade, época do diagnóstico, presença de candidíase e de neurotoxoplasmose. A regressão de Cox revelou associação entre redução da sobrevivência e as seguintes variáveis: idade (razão de risco = 1,435 para idade entre 15 e 34 anos e 1,681 para idade acima de 35 anos em relação a indivíduos abaixo de 15 anos); época do diagnóstico (razão de risco = 1,682 para o período de 1986 a 1990 e 2,324 para o período de 1991 a 1995 em relação ao período de 1996 a 1997); presença de candidíase (razão de risco = 1,391). A razão de risco para presença de neurotoxoplasmose foi 1,063, com valor de probabilidade próximo do limite de significância. Conclusões. Foi marcante o aumento na sobrevida verificado em 1996 e 1997, coincidindo com a disponibilização e utilização em larga escala das drogas anti-retrovirais.

Keywords