Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (Apr 2011)
Avaliação do Risco Cardiovascular na Unidade Básica de Saúde HCPA/Santa Cecília
Abstract
Introdução: um dos passos importantes no processo de avaliação dos serviços de saúde, propostos por Donabedian, é a avaliação das características sócio-demográficas e de saúde da população atendida, utilizando estas informações no planejamento. Objetivo: determinar a prevalência dos fatores e comportamentos de risco cardiovascular numa área adscrita do Programa de Saúde da Família da UBS HCPA/Santa Cecília e avaliar a qualidade do cuidado preventivo a esses pacientes, sua afiliação ao serviço de saúde e a percepção das pessoas em relação a sua saúde. Materiais e Métodos: foi planejado um estudo de prevalência, no qual selecionamos em entrevistas domiciliares os homens ? 45, mulheres ? 55 anos e os indivíduos com pelo menos um dos seguintes fatores de risco independente da idade: Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), Diabete Melitus (DM), Cardiopatia Isquêmica (CI), Doença Cerebrovascular (DCV). Os indivíduos selecionados responderam a um questionário sobre fatores de risco que incluía variáveis sócio-demográficas, antropométricas, afiliação ao serviço de saúde e presença de fatores de risco tais como: tabagismo, sedentarismo, consumo de álcool, HAS, DM, Hipercolesterolemia, obesidade, obesidade central e doença cardiovascular. Os dados preliminares são apresentados de forma descritiva utilizando média e desvio padrão ou mediana e quartil conforme a distribuição gauseana ou não-gauseana, respectivamente. Resultados: foram identificados 1126 domicílios na área. Destes, 94 foram visitados e encontrados 82 indivíduos com fatores de risco cardiovascular. Esta amostra foi composta por 49 (59,7%) mulheres e a idade média foi de 62 ±11.8 e com média de 8,7 anos de estudo. A análise dos fatores de risco nesta amostra populacional mostrou a presença de fatores de risco nos seguintes percentuais: HAS 64,6 %, DM 22%, 42,6% obesos, 32,9% com sobrepeso, tabagismo 10,2%, sedentarismo 46,1%, dislipidemia 41,5%, história de acidente vascular cerebral 7,3%, história de infarto agudo do miocárdio 7,3% e CI 13,4%. Não foram encontradas diferenças entre homens e mulheres quanto à presença de fatores de risco. Conclusões: os dados preliminares sugerem uma grande prevalência de fatores de risco na população estudada, principalmente no que se refere à HAS, à DM, à obesidade e ao sedentarismo. Intervenções na comunidade visando o controle destes fatores de risco devem ser implementadas.