HU Revista (Aug 2021)
Percepção de acadêmicos de Enfermagem sobre a pessoa suicida
Abstract
Introdução: O suicídio é sério problema de saúde pública mundial, sendo a segunda principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos. Embora o suicídio necessite de uma atenção especial dos profissionais de saúde que realizam cuidados a quem passou por esta experiência, evidencia-se que atitudes negativas como discriminação, descrédito e preconceito por parte desses profissionais podem influenciar negativamente nos cuidados prestados às pessoas que tentaram o suicídio. Objetivo: Analisar a percepção dos ingressantes do curso superior de enfermagem de uma instituição privada do Distrito Federal sobre a pessoa suicida. Material e Métodos: Tratou-se de uma pesquisa quantitativa, descritiva realizada entre outubro e novembro de 2019. Utilizou-se questionário sociodemográfico e acadêmico, e o Questionário Frente ao Comportamento Suicida (QUACS). Resultados: Participaram 80 estudantes sendo sua maioria do gênero feminino (85%), entre 18 e 20 anos (77,5%), autodeclarados brancos (50%), solteiros (97,5%), sem filhos (93,75%), dependentes financeiramente dos pais (81,25%), com renda familiar acima de 4 salários mínimos (38,75%) e estudantes do turno noturno (55%). Em relação ao QUACS, foi verificado que os estudantes apresentaram baixos sentimentos negativos em relação à pessoa suicida, baixa percepção à capacidade profissional frente ao suicídio e atribuíram a Deus o direito de tirar a vida de alguém. Conclusão: De maneira geral, os estudantes não apresentaram atitudes negativas perante o paciente suicida, conseguiram identificar sinais de ideação suicida, contudo se sentiram incapazes de prestar assistência à essas pessoas. Além disso, evidenciou-se atitudes moralistas e condenatórias em relação ao direito de uma pessoa de suicidar-se e uma forte correlação entre a vida e o dom divino.
Keywords