Revista Portuguesa de Cardiologia (Dec 2024)

Real-world evaluation of vascular complications and comorbidities in Portuguese patients with type 2 diabetes: Results from the cMORE study

  • Sílvia Alão,
  • Tomás Silva,
  • António Pedro Leite,
  • Medina do Rosário,
  • Cristina Carvalho,
  • Joana Coelho,
  • Hélder Ferreira,
  • Raquel Ferreira,
  • Joana Abreu,
  • Margarida Rosa,
  • Sofia Azevedo,
  • Cláudia Cunha,
  • Capela Daniel,
  • Belén Juane,
  • Renata Arantes Sousa,
  • Ana Catarina Casais

Journal volume & issue
Vol. 43, no. 12
pp. 669 – 679

Abstract

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Introduction and objectives: Type 2 diabetes poses a significant health challenge in Portugal, increasing the susceptibility to complications/comorbidities such as hypertension, obesity, and cardiovascular (CV) disease. This study aimed to evaluate the prevalence of type 2 diabetes-related vascular complications/comorbidities and their pharmacological management in Portugal. Methods: cMORE was a non-interventional, cross-sectional, multicenter study conducted in 32 Portuguese primary healthcare units between October 2020 and 2022. Secondary data, including sociodemographic, anthropometric, clinical information, cardiometabolic comorbidities, HbA1c levels, lipid parameters and medication, were collected from electronic medical records. Results: Seven hundred and eighty adult patients with type 2 diabetes were included, predominantly male (55.5%), with an average age of 67.7 years and a mean disease duration of 10.5 years. Family history of type 2 diabetes (43.1%) and CV disease (32.1%) was prevalent. Mean HbA1c was 7.0%, progressively increasing with disease duration (p<0.001). Microvascular and macrovascular complications occurred in 38.1% and 19.6% of patients, respectively. The most prevalent comorbidities included overweight/obesity (85.5%), dyslipidemia (85.4%), and hypertension (82.6%). Multimorbidity burden was significant (99.3%) and positively correlated with older age, larger waist circumference, and overweight/obesity. Longer type 2 diabetes duration was associated with higher odds of diabetic retinopathy and CV disease/procedures, while dyslipidemia and hypertension were linked with older age, regardless of disease duration. Most patients received oral antidiabetic medications (94.6%), primarily biguanides (92.4%), followed by DPP-4 (39.1%) and SGLT2 inhibitors (34.2%). Conclusions: The cMORE study reveals a substantial burden of vascular complications/comorbidities among Portuguese patients with type 2 diabetes. Despite the high multimorbidity rates, effective type 2 diabetes management is observed, emphasizing the country's commitment to personalized care. Resumo: Introdução e objetivos: A diabetes mellitus tipo 2 (DMT2) representa um importante desafio para a saúde em Portugal, aumentando a suscetibilidade a complicações/comorbilidades como a hipertensão arterial, obesidade e doença cardiovascular (CV). Este estudo teve como objetivo avaliar a prevalência de complicações vasculares/comorbilidades relacionadas com a DMT2 e o seu tratamento farmacológico em Portugal. Métodos: O cMORE foi um estudo não intervencional, transversal e multicêntrico realizado em 32 unidades de cuidados de saúde primários portuguesas entre outubro de 2020 e 2022. Foram colhidos dados secundários a partir de registos médicos eletrónicos, nomeadamente informação sociodemográfica, antropométrica, clínica, comorbilidades cardiometabólicas, níveis de HbA1c, parâmetros lipídicos e medicação. Resultados: Foram incluídos 780 doentes com DMT2, predominantemente homens (55,5%), com uma idade de 67,7 anos e duração da doença de 10,5 anos, em média. A história familiar de DMT2 (43,1%) e de doença CV (32,1%) foi prevalente. A HbA1c média foi de 7,0%, aumentando progressivamente com a duração da doença (p<0,001). As complicações microvasculares e macrovasculares ocorreram em 38,1% e 19,6% dos doentes, respetivamente. As comorbilidades mais prevalentes foram o excesso de peso/obesidade (85,5%), dislipidemia (85,4%) e hipertensão arterial (82,6%). A multimorbilidade foi significativa (99,3%) e correlacionou-se positivamente com idade mais avançada, maior perímetro abdominal e excesso de peso/obesidade. A duração mais longa da DMT2 foi associada a uma maior probabilidade de retinopatia diabética e de doença/procedimentos CV, enquanto a dislipidemia e a hipertensão foram associadas à idade mais avançada, independentemente da duração da doença. A maioria dos doentes recebeu medicamentos antidiabéticos orais (94,6%), principalmente biguanidas (92,4%), seguidas de inibidores DPP-4 (39,1%) e SGLT2 (34,2%). Conclusões: O estudo cMORE revela uma carga substancial de complicações vasculares/comorbilidades em doentes portugueses com DMT2. Apesar da elevada multimorbilidade, existe uma gestão eficaz da DMT2, com esforços para um cuidado personalizado.

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