ANÁLISE DA UTILIZAÇÃO DAS RESERVAS CIRÚRGICAS DE CONCENTRADOS DE HEMÁCIAS UTILIZADAS INTRA-OPERATÓRIO EM CURITIBA, PARANÁ

Abstract

Introdução: A terapêutica transfusional intra operatório e o protocolo de reserva cirúrgica são discutidos e definidos de acordo com as necessidades cirúrgicas de cada instituição. Pacientes com histórico transfusional e/ou histórico gestacional podem apresentar pesquisa de anticorpos irregulares positivo e presença de alo anticorpos. Desta forma faz-se necessário, muitas vezes, a busca de concentrados de hemácias (CH) com fenótipo compatível para que o paciente realize uma transfusão segura, evitando reações adversas. A reserva cirúrgica quando realizada previamente traz qualidade e segurança ao paciente e a toda equipe envolvida. Objetivo: Analisar a quantidade de CH reservadas para cirurgias e CH utilizadas nas cirurgias nas instituições atendidas pelo serviço de hemoterapia no período de janeiro a dezembro de 2023. Método: Análise retrospectiva e quantitativa de reservas cirúrgicas. Para o levantamento de dados foi utilizado o indicador de reserva de concentrado de hemácias, quantificando o total de CH transfundidos comparado ao total de CH reservados para cirurgias. O levantamento mensal de cada instituição possui meta de utilização ≥ 20% do número de CH reservados. Resultados: Foram analisadas 13 instituições durante o período demonstrando total de 15.010 CH, e destas, 3.407 CH foram utilizadas (23%). Os resultados por instituição foram assim distribuídos: instituição A (20%); instituição B (26%); instituição C (34%); instituição D (14%); instituição E (20%); instituição F (14%); instituição G (21%); instituição H (23%); instituição I (10%); instituição J (29%); instituição K (18%); instituição L (33%); instituição M (15%). Por meio dos dados apresentados, foi possível observar que as instituições A, B, C, E, G, H, J e L estão dentro da meta do indicador estipulado. Entretanto demais instituições relacionadas apresentaram porcentagem abaixo da meta estipulada. Discussão: O indicador de utilização da reserva cirúrgica demonstra a otimização do trabalho e o uso consciente dos hemocomponentes. Assim como demonstrado em diversos artigos científicos é possível observar que a utilização dos CH reservados permanece em torno de 10%. Tal dado demonstra a dificuldade em se determinar o protocolo de reserva cirúrgica ideal. Existem métodos para minimização de perdas para que os CH devolvidos ao banco de sangue não sejam necessariamente descartados. As bolsas são reavaliadas para a reintegração ao estoque, uma vez que foram mantidas em refrigeração de 1 a 10ºC quando levadas ao centro cirúrgico, acondicionadas em caixas térmicas com gelox e validadas para permanência por quatro horas, com supervisão do próprio colaborador da agência transfusional do Hemobanco. No caso de retorno ao banco de sangue é verificada a temperatura e realizada a inspeção visual e teste de hemólise, sempre seguindo as orientações descritas no Protocolo Operacional Padrão (POP). Conclusão: Diante dos resultados obtidos, recomenda-se que as instituições que apresentaram o índice do indicador abaixo da meta estipulada realizem revisão e discussão dos protocolos de reserva cirúrgica adotados para melhor adesão no processo.