Cadernos de Saúde Pública (Feb 2009)
Auto-avaliação de saúde bucal em idosos: análise com base em modelo multidimensional Objective and subjective factors related to self-rated oral health among the elderly
Abstract
Propôs-se investigar fatores associados à auto-avaliação negativa da saúde bucal. Idosos, participantes do inquérito de saúde bucal do Ministério da Saúde, 2002-2003, que auto-avaliaram sua saúde bucal como ruim/péssima foram comparados aos que a auto-avaliaram como ótima/boa/regular usando-se razões de prevalências (RP) com base na regressão de Poisson. A minoria (870 - 17%) auto-avaliou sua saúde bucal negativamente. A auto-avaliação negativa foi menor entre aqueles com 1-9 dentes e edentados, maior entre pardos/negros/índios, que nunca usaram serviços, que apresentavam alterações de tecidos moles, que relataram pouca e média/muita dor, que auto-avaliaram sua aparência e mastigação como regular ou ruim/péssima, entre os que relataram seus relacionamentos sociais pouco ou muito afetados pelas condições bucais e entre os que avaliavam necessitar de tratamento bucal. Apesar das precárias condições bucais, a maioria auto-avaliou positivamente sua saúde bucal. Condições subjetivas estiveram mais fortemente associadas do que as objetivas. Os resultados sugerem iniqüidade e permitem orientar políticas públicas que objetivem saúde bucal e qualidade de vida.The aim of this study was to investigate factors associated with negative self-rated oral health. Elderly subjects from the Brazilian Ministry of Health's oral health survey (2002-2003) who rated their own oral health as bad or very bad were compared to those who rated their oral health as excellent, good, or fair, using prevalence ratios based on Poisson regression. The minority (870; 17%) gave their own oral health a negative rating. Negative self-rated oral health was less prevalent among those with 1-9 teeth and the edentulous, and more prevalent among blacks, mixed-race, and indigenous, those who had never used dental service, with soft tissue alterations, who reported little pain or medium to intense pain, rated their own appearance and chewing as fair or bad or very bad, reported that their oral health limited their social interaction a little or considerably, and reported needing dental treatment (PR = 1,47; 95%CI: 1.20-1.79). Despite their precarious oral conditions, the majority gave their oral health a positive rating. Subjective conditions were more heavily associated with self-rated oral health than were objective conditions. The findings suggest unequal oral health conditions and allow orienting public policies aimed at oral health and quality of life.
Keywords