Afro-Ásia (Feb 2019)

Os negócios globais de uma companhia colonial: a Companhia Geral de Pernambuco e Paraíba e os negócios da China (1759-1783)

  • Thiago Alves Dias

DOI
https://doi.org/10.9771/aa.v0i59.25594
Journal volume & issue
no. 59

Abstract

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A Companhia Geral de Pernambuco e Paraíba, sociedade mercantil formada com capital acionista e com intervenção diretiva e financeira da Coroa portuguesa, foi fundada em 1759 por negociantes portugueses com apoio do Marquês de Pombal e operou entre 1760 e 1780, em regime de monopólio comercial no Norte do Estado do Brasil, ou seja, nos territórios de Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande e Ceará. Com negócios em escala global de produtos americanos como o açúcar, pau-brasil e couros, essa companhia operou importantes mudanças no cenário mercantil colonial, notadamente na região em que deteve o monopólio comercial durante seus vinte anos de funcionamento, como preceituava seus estatutos. Depois de 1780, mesmo com a perda do monopólio, a Companhia não deixou de existir, tendo atuado na cobrança de dívidas dos negociantes na colônia, assim como na realização de negócios, com capitais próprios, como foi o caso de sua primeira viagem mercantil para a China. Este artigo visa analisar, a partir de uma perspectiva institucionalista, aspectos formais da formação e do funcionamento dessa companhia até o momento de realização de sua empreitada mercantil privativa na China, contribuindo para o debate sobre o papel do endividamento, do adiantamento da mão de obra escrava enquanto crédito e da rentabilidade dos negócios coloniais no aperfeiçoamento e giro do capital dos negócios mercantis europeus.

Keywords