Revista de História (Dec 2018)
Relegado à invisibilidade. O lugar dos direitos humanos na agenda da diplomacia franquista (1945-1955)
Abstract
Entre 1945 e 1955, a tática oficial do governo franquista foi contestar publicamente as acusações dirigidas contra o regime, considerado no pós-guerra como uma persistência do fascismo derrotado. Neste artigo, sustentamos que, frente à ONU, a ação exterior foi além da negativa de fatos – ocorrências de violações de direitos na Espanha –, mas dirigiu-se a relegá-los à invisibilidade e, assim, produzir o esquecimento a respeito do assunto. A partir da avaliação crítica de correspondência diplomática e de documentos oficiais da Nações Unidas revelamos que a diplomacia franquista utilizou duas vias de ação principais: não responder quando instada a explicar-se sobre práticas de violação de direitos humanos em território espanhol; e obter de seus aliados mais próximos o silêncio sobre o assunto nos foros internacionais.