Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)

ERUPÇÃO VARICELIFORME DE KAPOSI EM PACIENTE COM LLA EM TRATAMENTO SEM PROFILAXIA VIRAL: UM RELATO DE CASO

  • LF Negri,
  • A Fenili,
  • F Moreno,
  • AP Gouvea,
  • S Vidor,
  • M Capra,
  • T Brum,
  • LCG Trindade,
  • MO Ughini,
  • DB Lamaison

Journal volume & issue
Vol. 46
p. S412

Abstract

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Introdução: O uso de profilaxias infecciosas é rotineiro em pacientes com neoplasia hematológica, variando conforme protocolo quimioterápico e institucional. O quadro clínico de infecção pelo Vírus Varicela Zoster ou pelo Vírus Herpes Simples depende do sítio afetado, presença de lesão cutânea prévia e estado imunológico do indivíduo. Erupção variceliforme de Kaposi é a apresentação cutânea disseminada da infecção por vírus da família herpes típica do paciente com dermatite prévia. Relato de caso: Paciente de 31 anos, sexo feminino, com Leucemia Linfoblástica T, SNC negativo, cariotipo 46, XX, em tratamento quimioterápico com protocolo GRAALL 2005. Em 06/02/2023 com doença em remissão iniciou a manutenção do protocolo. Procurou atendimento em 10/03/23 devido lesões cutâneas vesiculares agrupadas com fundo eritematoso. Durante o período, apesar de prescrito não havia aderido a uso de aciclovir. Elas se distribuíam em face, tronco e membros e evoluíam para lesões necróticas. PCR sérico para Varicela zoster negativo. Fez uso de aciclovir EV entre 10/03 e 20/03, com resolução completa de lesões vesiculosas, persistindo apenas lesões cicatriciais. Durante o período também fez uso de Piperacilina Tazobactam entre 10/03 e 17/03 devido à impetiginização de lesões. Discussão: Apesar de não apresentar dermatite atópica ou outra lesão de pele prévia, a apresentação cutânea foi considerada muito característica de Erupção Variceliforme de Kaposi. Possivelmente a extensão teve relação com tratamento quimioterápico e imunossupressão associada. Apesar de não ter sido realizado teste específico para HSV-1, esta é a etiologia mais provável considerando epidemiologia da doença e a resposta clínica favorável com o tratamento. Conclusão: Esta complicação cutânea específica consiste em apenas uma de várias complicações infecciosas a que estão expostos pacientes em tratamento quimioterápico para Leucemia Aguda. Faz-se necessário desenvolver protocolos baseados em evidência para profilaxia de infecções virais, fúngicas e bacterianas, além de reforçar a aderência quando prescritos.