Revista de Educação Popular (Dec 2022)

Educação popular e militância

  • Raimundo Jorge da Cruz Couto,
  • Anselmo Alencar Colares

DOI
https://doi.org/10.14393/REP-2022-65909
Journal volume & issue
Vol. 21, no. 3
pp. 243 – 262

Abstract

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O presente artigo discute a eficiência da educação de caráter popular em Juruti, município da Amazônia paraense. Dos anos de 1970 a 1992, freiras Franciscanas de Maristella e padres desenvolveram um projeto no município que englobava assistência à saúde, construção de casas populares em regime de mutirão, incentivo à geração de renda através de artesanato, e atendimento às crianças carentes por meio de creches e pré-escolas. Os envolvidos no projeto eram atuantes em um movimento chamado Comunidades Eclesiais de Base (CEB). A dinâmica das CEB consistia em ligar os ensinamentos bíblicos à necessidade de que as pequenas comunidades lutassem contra a opressão dos grandes fazendeiros e empresários. Em Juruti, contribuíram para o fortalecimento dos pequenos agricultores através do Sindicato dos Trabalhadores Rurais e foram importantes fomentadoras de conflitos contra os grandes latifundiários que, com o intuito de utilizar grandes faixas de terras produtivas como moeda de troca no mercado de exploração madeireira e agrícola, prejudicavam a economia por as manterem inutilizadas. O acirramento dos conflitos e as ameaças constantes de violência culminaram com a saída das freiras da sede do município em 1992.

Keywords