Revista Eletrônica História em Reflexão (Dec 2024)
Filhos da invisibilidade: Profilaxia e/ou segregação parental
Abstract
A presente pesquisa discute como o Século XX foi marcado por políticas eugênicas que influenciaram na tomada de decisões sobre o controle da lepra e, principalmente, sobre os filhos "sadios" dos doentes que viviam isolados no Leprosário Santo Antônio do Prata, localizado na área rural de Igarapé-Açu/PA. Os filhos dos leprosos eram segregados dos seus pais logo ao nascer e passavam a receber cuidados de outras pessoas. Este afastamento familiar, configurava-se numa tentativa profilática de impedir a transmissibilidade da doença entre pais e filhos, visto que, os pais não eram impedidos de se reproduzirem. No entanto, a permanência das crianças junto ao convívio dos pais acarretaria riscos significativos ao ciclo de contaminação que se buscava combater naquele período. Desta forma, esta pesquisa parte de uma análise bibliográfica em documentos desse período — sendo a obra Lazarópolis do Prata, de autoria a Heraclides de Souza Araújo, a mais utilizada — que retratam como essa doença era entendida como uma ameaça para a sociedade. Bibliografias atuais, tais como Del Cont (2008), Louzada (1942), Pacheco (2018) e Souza (2006) são utilizadas, junto com a abordagem qualitativa, para aprofundar a discussão sobre a relação entre a profilaxia e a segregação dessas crianças em espaços que impediam a continuidade do ciclo da doença.
Keywords