REME: Revista Mineira de Enfermagem (Aug 2020)

IDENTIFICAÇÃO DE RISCOS E PRÁTICAS NA UTILIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS POTENCIALMENTE PERIGOSOS EM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

  • Jacione Lemos Botelho Maia,
  • Rosângela Fernandes Lucena Batista,
  • Mário Borges Rosa,
  • Francimary Martins Silva,
  • Hanna-Arony Wanderley Pereira Araújo,
  • Ananda lves Carvalho,
  • Sueli Coelho da Silva Carneiro

DOI
https://doi.org/10.5935/1415-2762.20200048
Journal volume & issue
Vol. 24, no. 1

Abstract

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RESUMO Objetivo: analisar as prescrições de medicamentos potencialmente perigosos e identificar as práticas adotadas na dispensação em hospital universitário público de alta complexidade, propondo estratégias para prevenção de eventos adversos. Métodos: estudo transversal realizado com 566 prescrições, em três turnos, no período de abril a dezembro de 2016. A identificação de práticas para dispensação foi por observação direta com aplicação de checklist baseado no protocolo do Ministério da Saúde (MS) /Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Utilizou-se teste não paramétrico do qui-quadrado de independência para avaliar a associação entre prescrições com e sem medicamentos potencialmente perigosos e unidades de internação. Resultados: mais da metade das prescrições (56,6%) continha dois ou mais medicamentos potencialmente perigosos e quase todos injetáveis (95,4%), principalmente analgésicos opioides (31,2%), glicose 50% (24,7%) e insulina NPH e regular (24,3%). A taxa dos prescritos correspondeu a 18,2%. As principais práticas que representaram riscos foram: distribuição coletiva de cloreto de potássio e insulina; falta de etiquetas de alerta; dupla conferência inexistente; uso de fontes de interrupção/distração em 43,9% das prescrições atendidas. Conclusão: apesar de serem frequentes em mais da metade das prescrições, as práticas adotadas na dispensação de medicamentos potencialmente perigosos foram insuficientes para uma dispensação segura, podendo comprometer a administração desses medicamentos e causar danos aos pacientes. É importante a implementação do protocolo do MS/ANVISA para prevenção de erros de medicação, em consonância com o terceiro desafio global da Organização Mundial da Saúde (OMS).

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