Brazilian Journal of Infectious Diseases (Oct 2023)

ENTEROCOCCUS RESISTENTE À VANCOMICINA E ENTEROBACTERALES RESISTENTES AOS CARBAPENÊMICOS EM CULTURAS DE VIGILÂNCIA

  • Felipe Leocádio Pinheiro,
  • Josânia da Silva Lima,
  • Maria de Lourdes Junqueira,
  • Patrícia Guedes Garcia

Journal volume & issue
Vol. 27
p. 103361

Abstract

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Introdução/objetivos: O elevado número de bactérias Multidrogas Resistentes (MDR), como Enterobacterales Resistentes aos Carbapenêmicos (ERC) e Enterococcus Resistentes à Vancomicina (VRE), juntamente com a escassez de terapia eficaz, vem se tornando um dos maiores desafios para o controle de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS). Estas constituem um sério problema de saúde pública, pois aumentam a morbi-mortalidade e os custos a elas relacionados. Um dos recursos utilizados no combate a IRAS é a realização de culturas de vigilância epidemiológicas, as quais possuem um papel importante na prevenção de transmissão de bactérias multidroga resistentes. Este estudo teve como objetivo avaliar a prevalência de VRE e ERC, em culturas de vigilância epidemiológica, de pacientes hospitalizados, bem como sua distribuição por gênero e setores do hospital. Métodos: Foi realizado um estudo transversal descritivo retrospectivo, em bancos de dados do setor de microbiologia do laboratório de análises clínicas de um hospital de ensino da cidade de Juiz de Fora, MG. Os dados coletados foram de cultura de vigilância epidemiológica, realizadas em swabs retais de pacientes hospitalizados, no período de junho de 2021 a julho de 2022. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa com Seres Humanos. Resultados: Dos 1090 swabs retais submetidos a cultura de vigilância, houve crescimento de bactérias Multidroga Resistentes (MDR) em 277 (25,4%) destes, sendo isolados 37,6% de bastonetes Gram negativos não fermentadores MDR, seguidos de 35% de ERC e 27,4% de VRE. Os fenótipos VRE e ERC foram mais isolados em pacientes do gênero masculino com 60,5% e 61,9% respectivamente. Na enfermaria adulta foram positivos 16,0% dos swabs enviados, sendo 7,45% isolados de VRE e 8,55% isolados de ERC, na unidade de terapia intensiva foram positivos 27,8%, sendo 6,5% positivo para o fenótipo VRE e 21,3% para o ERC. Conclusão: ERC foi o segundo fenótipo de resistência bacteriana mais isolado de swabs retais para cultura de vigilânica epidemiológica. Linhagens de VRE representaram o terceiro fenótipo mais encontrado. Foram mais isolados em pacientes do gênero masculino e naqueles pacientes que estavam hospitalizados em unidades de terapia intensiva.

Keywords