Enfoque (Oct 2022)
Síndrome de Burnout em professores de cursos de Ciências Contábeis: a atuação na pós-graduação stricto sensu faz diferença?
Abstract
O objetivo deste estudo foi analisar, comparativamente, o nível da síndrome de Burnout em professores que trabalham em cursos de Ciências Contábeis nos níveis de graduação e pós-graduação stricto sensu. Com base na literatura prévia, que reporta que professores de pós-graduação stricto sensu estão submetidos a altas demandas de atividades que podem prejudicar sua saúde, especialmente aquelas relacionadas à pesquisa, formularam-se duas hipóteses: (H1) a atuação nos programas stricto sensu possui relação positiva com a síndrome de Burnout; e (H2) a carga horária destinada à atividade de pesquisa possui relação positiva com a síndrome de Burnout. Para tanto, aplicou-se questionário on-line com professores de Ciências Contábeis de Instituições de Ensino Superior do Brasil, obtendo-se 187 respostas. Foi usado o instrumento de Gil-Monte, Carlotto e Câmara (2010), cuja mensuração do Burnout se dá por meio de quatro dimensões: ilusão pelo trabalho (IT), desgaste psíquico (DP), indolência (ID) e culpa (CP). Os resultados dos modelos de regressão indicaram que não há diferença estatisticamente significante dos níveis de prevalência de Burnout entre docentes que atuam e não atuam em programa de pós-graduação stricto sensu em contabilidade, rejeitando a H1. Por outro lado, ao considerar a carga horária destinada a atividades de pesquisa, constatou-se que, de forma geral, há relação positiva com os níveis da síndrome de Burnout. Mais especificamente, em relação às dimensões DP, ID e CP. Essas evidências sustentam a hipótese H2. Os achados podem contribuir, principalmente, na elaboração de políticas e práticas educacionais e de saúde que apoiem o bem-estar dos professores.
Keywords