Hansenologia Internationalis (Nov 2005)

A hanseníase como etno-enfermidade: em busca de um novo paradigma de cuidado

  • Geison Vasconcelos Lira,
  • Ana Maria Fontenelle Catrib,
  • Marilyn K. Nations,
  • Roberta Cavalcante Muniz Lira

DOI
https://doi.org/10.47878/hi.2005.v30.36326
Journal volume & issue
Vol. 30, no. 2

Abstract

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Este artigo tem por objetivo criticar, desde o referencial teóricometodológico da Antropologia Médica, as atuais estratégias de controle da hanseníase como problema de saúde pública. Será descrita a construção sócio-cultural da doença pela humanidade ao longo da história, bem como a forma como ela é problematizada no mundo da vida das pessoas atingidas. Descreveremos as principais categorias culturais pelas quais a doença tem sido vivenciada nas culturas, com ênfase no conflito entre as formas profissionais e leigas de construção da hanseníase como etno-enfermidade. Nesse processo, utilizaremos os conceitos de illness, disease e sickness, da Antropologia Médica Norte-Americana, e o de Modelos Explicativos de Artur Kleinman para garantir a inteligibilidade da hanseníase como fenômeno mórbido essencialmente cultural. Por fim, a partir da análise do conflito entre os Modelos Explicativos Profissional e Leigo de interpretação e ação na abordagem à hanseníase, proporemos uma nova estratégia de cuidado, centrada no método antropológico, visando apoiar as iniciativas de eliminação, mas suplantando-as no sentido de solucionar os problemas que a enfermidade traz à vida cotidiana das pessoas atingidas, contribuindo para abordar adequadamente o sofrimento social associado ao adoecer de hanseníase.

Keywords