Semina: Ciências Agrárias (Jun 2019)

A variação sazonal de características termorreguladoras permite a adaptação de ovelhas Morada Nova ao ambiente semiárido

  • Wilma Emanuela da Silva,
  • Jacinara Hody Gurgel Morais Leite,
  • Wallace Sóstene Tavares da Silva,
  • Renato Diógenes Macedo Paiva,
  • José Ernandes Rufino de Sousa,
  • Débora Andréa Evangelista Façanha

DOI
https://doi.org/10.5433/1679-0359.2019v40n4p1577
Journal volume & issue
Vol. 40, no. 4

Abstract

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O presente estudo objetivou avaliar possíveis modificações de respostas morfofisiológicas termorreguladoras de ovelhas da raça Morada Nova, ao longo do ano, em 4 propriedades do núcleo de melhoramento genético participativo. Nos meses de Março, Junho, Setembro e Dezembro foram registradas as frequências respiratórias (FR), temperaturas retais (TR) e de superfície (TS) assim como as variáveis ambientais temperatura do ar (Tar), umidade relativa (UR) e velocidade do vento (Vv). Calculada a carga térmica radiante (CTR) e o índice de temperatura de globo e umidade (ITGU). Foi medida a espessura da capa de pelame e amostras de pelo foram coletadas e determinadas a densidade numérica, o comprimento médio e o diâmetro médio. Coleta de sangue foi realizada a para a determinação das concentrações de T3 e T4 total. Na estação chuvosa que compreende os meses de Março e Junho, foram registrados maiores valores de FR e TR, provavelmente pela combinação de alta UR, associada a CTR, ITGU e Tar, pois estas dificultam a perda e calor. Todos os valores de TR independente de mês e rebanho mantiveram-se dentro de valores considerados normais para a espécie. Setembro e dezembro estão inseridos na estação seca, com baixa UR fator esse que pode facilitar as perdas de calor via evaporação. Nestes meses foram observados menores valores de TR e FR se comparados com o período chuvoso, foram registrados menores valores de FR entre 40 a 60 mov.min-1. A secreção dos hormônio tireoidianos foram maiores nas condições ambientais consideradas mais confortáveis. A homeotermia foi mantida pelos ovinos Morada Nova, nas diversas épocas avaliadas conforme indicado pelos parâmetros fisiológicos normais. O período chuvoso foi considerado o mais estressante para os animais, haja visto que utilizaram de forma mais intensa um conjunto de variáveis no intuito de se termorregularem e manter a homeotermia, o que justifica a importância do fornecimento de abrigos, com o objetivo de reduzir o superaquecimento dos animais, mesmo diante da grande capacidade adaptativa dos mesmos, já demonstrada em estudos anteriores. Alterações nas características de pelame foram observadas durante todos os meses do ano, auxiliando tanto na proteção física quanto na dissipação de calor, podendo assim ser indicadas como marcador fenotípico de termotolerância com potencial para ser utilizado como critérios de seleção em programas de melhoramento genético e conservação de animais resistentes ao calor.

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