Jornal de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia (Feb 2023)

Colangiopancreatografia retrógrada endoscópica para cálculos no ducto biliar comum: overview de revisões sistemáticas e estudos econômicos

  • André Soares Santos,
  • Ananda Jessyla Felix Oliveira,
  • José Luiz dos Santos Nogueira,
  • Kenya Valéria Micaela de Souza Noronha,
  • Mônica Viegas Andrade

DOI
https://doi.org/10.22563/2525-7323.2019.v4.s1.p.52
Journal volume & issue
Vol. 4, no. s.1

Abstract

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Introdução: A coledocolitíase, cálculos no ducto biliar comum (DBC), está presente em 5 a 20% dos pacientes que possuem colelitíase. O tratamento envolve a remoção da vesícula biliar, através de cirurgia, assim como a remoção dos cálculos desse ducto. A colecistectomia laparoscópica (CL) é a intervenção de escolha para a remoção da vesícula biliar na maioria dos casos. Os cálculos do DBC são retirados principalmente por colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE) ou exploração laparoscópica do ducto biliar comum (ELDBC). OBJETIVO: Avaliar a eficácia, segurança e custo-efetividade da CL+CPRE comparada à CL+ELDBC para colelitíase associada à coledocolitíase. Métodos: Foi realizada uma busca eletrônica nas bases de dados Medline, Cochrane Library, Lilacs e Center for Reviews and Dissemination por revisões sistemáticas e estudos econômicos que reportassem dados sobre a comparação entre a CPRE e a ELDBC em pacientes com coledocolitíase. Uma busca complementar foi realizada nas referências dos estudos incluídos, periódicos, resumos de congresso e Google Acadêmico. A seleção e coleta dos dados foi realizada por dois pesquisadores independentes. Além da síntese qualitativa, uma ressíntese quantitativa para os desfechos primários foi conduzida em Review Manager® 5.3 utilizando um modelo de efeitos randômicos. As metanálises que tiveram I2<30% foram avaliadas por um modelo de efeitos fixos também. Resultados: Foram incluídos 15 estudos (9 revisões sistemáticas e 6 estudos econômicos). Não foi demonstrada diferença estatisticamente significativa entre a CL+CPRE e a CL+ELDBC em termos de remoção dos cálculos do colédoco (88,5% vs. 92,8%; RR=0,97, valor-p=0,08; N=1.881), morbidade pós- -operatória (14,1% vs. 13,8%; RR=0,98, valor-p=0,88; N=1.469), mortalidade (0,8% vs. 0,2%; RR=2,13, valor-p=0,33; N=1.471), cálculos retidos (7,3% vs. 5,8%; RR=1,17, valor-p=0,40; N=1.731), conversão para outros procedimentos (8,7% vs. 6,7%; RR=1,20, valor- -p=0,55; N=1.287), duração do procedimento (MD=10,91, valor-p=0,61; N=717) ou tempo de hospitalização (MD=1,31, valor-p=0,10; N=757). Na avaliação dos modelos de efeitos fixos, não foi observada diferença significativa entre a CL+CPRE e a CL+ELDBC em termos de morbidade pós-operatória (RR=1,02, IC95%=0,80 a 1,31, valor-p=0,87), mortalidade (RR=2,13, IC95%=0,46 a 9,90, valor-p=0,33) e cálculos retidos (RR=1,17, IC95%=0,81 a 1,69, valor-p=0,40). A literatura de custo-efetividade é dividida. Dois dos estudos incluídos favorecem à ELDBC e dois favorecem a CPRE. Dois estudos têm Resultados: que dependem do limiar de custo-efetividade do prestador. Conclusão: Não é possível tecer conclusões finais sobre a superioridade da ELDBC sobre a CPRE ou vice-versa para remoção de cálculos no colédoco. Os dados apresentados sugerem que as intervenções são comparáveis em desfechos clínicos. Os desfechos econômicos são muito variáveis quanto à localidade, contexto e técnica.