Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)

PREVALÊNCIA DAS REAÇÕES ADVERSAS EM DOADORES DE SANGUE DO VITA HEMOTERAPIA DA BAHIA

  • S Falcão,
  • CS Jesus,
  • ES Santos,
  • ACD Santos,
  • M Cerqueira,
  • I Batista,
  • O Almeida,
  • E Lima,
  • A Soares,
  • A Pires

Journal volume & issue
Vol. 46
p. S777

Abstract

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Introdução: A doação de sangue é um ato altruísta e totalmente voluntário. Menos de 2% da população brasileira doa sangue regularmente, de acordo com dados do Ministério da Saúde. O índice está dentro do intervalo recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que varia de 1 a 3%, mas não é suficiente para atender a demanda do país. Consiste em um procedimento seguro, predominantemente sem complicações que pode salvar vidas. É muito raro o doador precisar ser hospitalizado. Conforme orientação da legislação vigente, o volume de sangue total a ser coletado deve ser de 450 ml +-45 ml, aos quais podem ser acrescidos 30 ml, no máximo, para exames laboratoriais. Materiais e métodos: Foi realizado um estudo retrospectivo a partir de janeiro de 2021 até dezembro de 2023, com o objetivo de verificar a frequência das reações adversas nos doadores do Banco de Sangue Vita Hemoterapia da Bahia, durante ou após o ato. Resultados: Dos 48.337 doadores aptos no período (38 % mulheres e 62% homens), 36.043 (75 %) foram doações de 1ªvez, 7.374 (15 %) foram de doadores esporádicos, e 4.920 (10 %) foram de doadores de repetição, enquanto 10.620 (22%) foram inaptos na triagem clínica, destes, 5.398(51 %) mulheres e 5.222 (49 %) homens. Dessas doações analisadas, 1.168 eventos adversos foram observados no período, o que representa 2,4%. Não houve uma diferença relevante entre o sexo feminino e sexo o masculino, sendo 22,7% e 25,2% respectivamente. Dentre as reações a de maior prevalência é a sistêmica/vasovagal (33,2%) seguida de reação local/hematoma (1,03%). Foram encontradas 388 manifestações clínicas da reação sistêmica vasovagal destacando-se: tontura 86% (334), palidez cutânea 3,1 % (12), náuseas 2,3% (9), desmaio 2,3% (9), vômito 2,1% (8), convulsão moderada 1,5% (6), hipotensão1,03% (4), e sudorese e hipertensão 1,5% (6). As reações leves (tontura, palidez, náuseas) predominaram dentre os tipos de reações identificadas, com um total de 355 (91,5%); as reações moderadas (desmaio, hipotensão, hipertensão) vêm em seguida, com um percentual de 4,38%; por fim, a reação grave (convulsão) apresentou 1,5% de ocorrência. Conclusão: Constatou-se que tontura e palidez cutânea foram as manifestações clínicas mais recorrentes nas reações adversas analisadas. A equipe de enfermagem tem uma assistência diferenciada para essas reações, para que elas não se agravem e tragam prejuízos aos doadores. O doador com risco de queda ou algum histórico de desmaios já iniciam a doação na posição de Trendelenburg. Apesar da pequena quantidade da reação local hematoma, a equipe de enfermagem também deve ficar atenta para orientar o doador sobre como proceder na prevenção do surgimento dele. É disponibilizado um ambiente satisfatório para conforto, segurança e acolhimento visando a fidelização do doador.