Brazilian Journal of Transplantation (May 2024)

Validação da Captação de Tecido Musculoesquelético em Doador Vivo: Experiência de um Banco de Multitecidos

  • Luiz Henrique de Freitas Filho,
  • Cristina de Carvalho Silva Neves,
  • Carlos Alexandre Curylofo Corsi,
  • Evelyn Machado Cardoso,
  • Nilcilene Pinheiro Silva,
  • Gustavo Constantino de Campos

Journal volume & issue
Vol. 27

Abstract

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Introdução: A captação de tecidos musculoesqueléticos é fundamental para garantir o fornecimento de produtos biológicos de origem humana com segurança e eficácia clínica. Para assegurar a qualidade desses tecidos, é essencial que a etapa de captação passe por um processo de validação. Objetivos: Este artigo descreve a experiência de um banco de multitecidos humanos (BMTHs) público na validação da captação de tecido musculoesquelético (cabeça femoral) de doador vivo. Métodos: Trata-se da avaliação e adequação de um protocolo de captação visando promover a excelência na qualidade dos tecidos distribuídos para fins terapêuticos e de pesquisa. Para isso, foram realizadas uma visita técnica em outro banco de tecidos e reuniões com a equipe do serviço de ortopedia para apresentação e discussão sobre o fluxo do processo. A triagem do doador foi conduzida por meio da aplicação de formulários, avaliando os critérios de seleção e exclusão. Após a aceitação, mediante termo de consentimento, foram solicitados os exames sorológicos do doador e, por fim, a captação. Validaram-se o kit de captação, o controle de temperatura da caixa térmica de transporte e a coleta de material microbiológico da peça no momento da retirada. Para considerar válido o processo, o tecido captado passou por avaliações macroscópicas, radiológicas e microbiológicas. Os formulários e demais documentos do prontuário foram auditados pelo Núcleo de Qualidade e Segurança em Saúde (NQSS) da instituição. Também foi realizado o mapeamento dos processos, visando os riscos e oportunidades de melhoria. Resultados: O protocolo de captação foi realizado e validado conforme previsto no plano de ação. A técnica de captação foi realizada de forma estéril no centro cirúrgico. As análises microbiológicas e sorológicas apresentaram resultados negativos e o tecido foi considerado macroscopicamente viável. Após auditoria, a documentação foi considerada adequada ao atender a legislação vigente (Resolução da Diretoria Colegiada – RDC Nº 707, de 1 de julho de 2022). Além disso, o mapeamento dos processos garantiu a segurança da captação e proporcionou oportunidades de melhoria. Conclusão: Apresenta-se um protocolo de captação de tecidos musculoesqueléticos no serviço de referência, sendo o processo de validação replicável, por meio de uma ferramenta fundamental para assegurar a inocuidade e segurança na captação de tecidos.

Keywords