Educação (Santa Maria. Online) (May 2021)
Ensino fundamental e as relações de sociabilidades: os adolescentes e a diversidade na escola
Abstract
Este artigo advém de uma pesquisa realizada com o fomento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que contou com a participação de 175 (cento e setenta e cinco) adolescentes, de duas escolas públicas. Em relação aos objetivos deste texto, priorizamos analisar as relações de sociabilidades estabelecidas entre 111 (cento e onze) estudantes, do 6.º ao 9.º ano, em uma dessas escolas com vínculo ao Ensino Fundamental, em Belém, no Pará. Para a análise pretendida, utilizamos as noções conceituais de violência simbólica, hierarquia e habitus, de Pierre Bourdieu (1996; 2002; 2010), e representação, de Roger Chartier (1982; 1991). No que tange à literatura especializada sobre sociabilidades adolescentes, relações étnico-raciais e relações sociais, adotamos as formulações de Wilma Coelho e Mauro Coelho (2016), Wilma Coelho e Carlos Silva (2015; 2017; 2018; 2019) e Nicelma Soares (2010). As formulações conceituais de Laurence Bardin (2010), Marli André (2003) e Heraldo Vianna (2003) auxiliaram no trato e na sistematização dos dados, na etnografia escolar e nas observações. Os resultados apontam para: a) a centralidade das redes sociais para o estabelecimento, manutenção e rompimento das relações de sociabilidades; b) a necessidade de atenção sobre as redes sociais na experiência escolar – o conteúdo veiculado por meio da experiência online assume lugar secundário em relação às redes de sociabilidades, pois esses estudantes pensam no hoje; c) na percepção desses estudantes sobre o espaço escolar, o gosto pelo estudo e tudo que a ele se relaciona figuram como menos relevantes. Recomendamos uma ampliação dos investimentos pedagógicos da escola em relação aos interesses discentes na conformação de suas sociabilidades.
Keywords