Revista Brasileira de Fruticultura (Sep 2008)

Caracterização dos pirênios e métodos para acelerar a germinação de sementes de muruci do clone Açu Pyrene characterization and methods to acelerate germination of muruci seeds of the clone Açu

  • José Edmar Urano de Carvalho,
  • Walnice Maria Oliveira do Nascimento

DOI
https://doi.org/10.1590/S0100-29452008000300036
Journal volume & issue
Vol. 30, no. 3
pp. 775 – 781

Abstract

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Pirênios (caroços) de murucizeiro (Byrsonima crassifolia (L.) Rich.) do clone Açu, um acesso da Coleção de Germoplasma de Fruteiras Tropicais da Embrapa Amazônia Oriental, foram caracterizados, e avaliados diferentes métodos para superação da dormência das sementes. Na caracterização dos pirênios, foram considerados os seguintes aspectos: cor, forma, peso, comprimento, diâmetro, número de sementes por pirênio e espessura das paredes internas e externas do endocarpo. Os tratamentos para superação da dormência foram: a) testemunha pirênios não-submetidos a tratamento pré-germinativo; b) imersão em água durante 24 horas; c) imersão em solução de ácido giberélico (500 mg.L-1) durante 24 horas; d) imersão em água durante 24 horas seguida de fratura no endocarpo por compressão; e) imersão em solução de ácido giberélico (500 mg.L-1) durante 24 horas seguida de fratura no endocarpo por compressão. Observou-se que os pirênios do clone Açu são ovalados, com superfície reticulada, peso de 0,62±0,09 e comprimento e diâmetro de 1,10±0,07 e 1,02±0,09 cm, respectivamente. Os pirênios geralmente contêm duas sementes (mínimo zero e máximo três), localizadas em lóculos cujas paredes externas são mais espessas que as internas. O endocarpo é permeável à água, e as sementes absorvem prontamente essa substância. As sementes representam 10,12%±2,87% do peso do pirênio. Os melhores tratamentos para sobrepujar a dormência consistiram da imersão dos pirênios em solução de ácido giberélico ou em água, seguida de fratura no endocarpo. Os resultados obtidos indicam que a germinação das sementes de muruci do clone Açu é regulada por dois mecanismos de dormência: o primeiro representado pelo espesso e córneo endocarpo, o qual é permeável à água, mas oferece resistência mecânica ao crescimento do embrião, e o segundo, devido à dormência fisiológica.Pyrenes (pits) of muruci (Byrsonima crassifolia (L.) Rich.), clone Açu, an accession of the Tropical Fruit Tree Germplasm Collection of Embrapa Eastern Amazonian were characterized and different methods to overcome the seed dormancy were evaluated. Pyrene color, shape, weight, length, diameter, number of seeds per pyrenes, and thickness of the external and internal walls of the endocarp were characterized; seed color, weight, length, diameter and thickness were characterized. The treatments to overcome seed dormancy were: : a) control; b) soaking in water for 24 hours; c) soaking in gibberellicc acid (500 mg.L-1) for 24 hours; d) soaking in water for 24 hours followed by compression fracturing of the endocarp; e) soaking in gibberellic acid (500 mg.L-1) for 24 hours and fracturing of the endocarp. The pyrenes of muruci "Açu" are ovate, with a reticulate surface design, creamy brown in color, weight 0.62±0.09 g and are 1.10±0.07 cm long by 1.02±0.09 cm in diameter. The pyrenes generally contain two seeds (minimum zero and maximum three), located in the loculus whose external walls are thicker than the internal walls. The endocarp is water permeable and the seeds absorb water rapidly. The seeds represent 10.12±2.87% of the pyrene weight. The best treatments to overcome dormancy were soaking in giberellic acid or water followed by fracturing the endocarp. This combination of results suggests that germination of muruci "Açu" seeds is regulated by exogenous and endogenous dormancy mechanisms. The first is caused by the endocarp, which offers considerable resistance to the growth of the embryo, and the second is the seed physiological dormancy.

Keywords