Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)

CORRELAÇÃO ENTRE EXPRESSÃO DE CRLF2 POR CITOMETRIA DE FLUXO E FISH EM PACIENTES COM DIAGNÓSTICO DE LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA AGUDA DE CÉLULAS B

  • FA Sousa,
  • EX Souto,
  • LC Bento,
  • BG Nogueira,
  • RMSO Safranauskas,
  • EDRP Velloso,
  • NS Bacal

Journal volume & issue
Vol. 46
pp. S195 – S196

Abstract

Read online

Introdução/Objetivo: A leucemia linfoblástica aguda B Ph like ou BCR::ABL1 like (LLA-B Ph-like) constitui um subtipo genético da LLA-B, mais frequente em crianças e adultos jovens, em pacientes de origem hispânica e apresenta risco adverso. A LLA-B Ph-like é definida por um perfil de expressão gênica semelhante ao da LLA B Ph+, porém não há o rearranjo t(9;22)(q34;q11;2)/BCR::ABL1, apresenta alterações genéticas moleculares envolvendo várias vias das quinases incluindo fusões das classes ABL, rearranjos EPOR/JAK, alterações da via JAK-STAT, mutações RAS, ou alterações desconhecidas na via da quinase. A “cytokine receptor–like factor 2” (CRLF2), localizada no cromossomo Xp22.3 e Yp11.3 é hiperexpressa em aproximadamente metade das LLA-B Ph-like. A expressão de CRLF2 pode ser avaliada por métodos quantitativos por PCR, FISH ou por citometria de fluxo. Como sabemos atualmente novos anticorpos monoclonais estão sendo utilizados por Citometria de Fluxo (CF), para predizer alterações genéticas/moleculares.Este é um estudo retrospectivo para determinar a expressão do antígeno CRFL2 através da CF e comparar com o teste de hibridização in situ de fluorescência (FISH) em pacientes com diagnóstico de LLA-B. Materiais e métodos: Foram avaliadas 24 amostras de Medula Óssea e 2 de Sangue Periférico ao diagnóstico de pacientes com LLA-B durante o período de janeiro/2022 a junho/2024. Na CF o painel utilizado para o diagnóstico foi composto por CD15FITC/CD13PE/CD33PC5.5/CD34PC7/CRFL-2APC/CD19APC-700/CD25PB/CD45KO e a expressão do antígeno CRFL2 foi avaliada através da porcentagem deste marcador, as amostras foram adquiridas no Navios Flow Cytometry (Beckman Coulter - BC) e analisadas no Kaluza (BC). Os rearranjos CRFL2 foram identificados pela técnica de FISH utilizando a sonda Breakapart CRLF2 (Xp22.33/Yp11.32) (Cytocell). Resultados: Observamos que as idades variaram de 24 a 44 anos. Na CF a hiperexpressão de CRLF2 foi detectada em 4 (16,6%) pacientes, sendo que nestes, o FISH também demonstrou rearranjo de CRLF2. Além disso, a expressão de CD10 de forte intensidade estava presente em 3 destes pacientes e a expressão aberrante de CD13 e CD33 em dois deles. A expressão de CRFL2 foi negativa em 20 (83,4%) pacientes na CF, e nestes o FISH não apresentou o rearranjo do gene CRFL2. Portanto, houve uma concordância de 100% entre os resultados da CF tanto nos casos positivos, quantos nos negativos para CRFL2, com equivalência estatística entre as metodologias de r = 1. Discussão: A interação entre caracterização imunofenotípica e genotípica pode definir subtipos distintos de LLA B com valores preditivos de sobrevida e influenciar nas decisões terapêuticas. Portanto, a utilização de marcadores imunofenotípicos que predizem alterações moleculares é bastante útil no diagnóstico e monitoramento de doença residual mensurável na LLA B. A citometria de fluxo é a principal ferramenta para o diagnóstico de LLA e pode ser também um método de triagem para direcionar o estudo genético e molecular. Conclusão: A CF permite uma detecção rápida, de baixo custo e confiável de LLA-B com hiper expressão de CRLF2.