Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial (Jan 2001)

Metaplasia intestinal e carcinoma gástrico: correlação com os subtipos histológicos da neoplasia

  • Rodrigues Luiz Gustavo M.,
  • Nogueira Ana Margarida M.F.,
  • Araújo Liubiana A.,
  • Salles Paulo Guilherme O.,
  • Carvalho Sílvia Pimenta de,
  • Cabral Mônica Maria D.A.

Journal volume & issue
Vol. 37, no. 4
pp. 279 – 286

Abstract

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Introdução: O papel da metaplasia intestinal (MI) como lesão pré-cancerosa gástrica não está completamente esclarecido. Objetivos: Analisar a distribuição e o tipo de MI em relação aos tipos de carcinoma gástrico (CG). Material e Método: Analisaram-se 71 peças de gastrectomia por CG. Amostras da neoplasia e da mucosa a intervalos regulares de toda a peça foram processadas rotineiramente; os cortes histológicos foram corados por HE e histoquímica para mucinas. A gastrite crônica atrófica (GCA) e a MI foram analisadas quanto a topografia, intensidade e tipo e correlacionadas com o subtipo da neoplasia. Resultados: Diagnosticaram-se 42 (59%) CGs do tipo intestinal (CaI), 17 (24%) difusos (CaD) e 12 (17%) não foram classificáveis. A GCA e a MI foram mais intensas no CaI do que no CaD (p = 0,02; p = 0,004). Observaram-se focos de MI dos tipos I, II e III em 21 CaI (50%), enquanto que 5/17 (29%) CaD com MI apresentavam focos de MI de tipos I e II. A MI do tipo III foi diagnosticada em 21 CaI (50%) e em seis CaD (35%) (p = 0,04); nas áreas peritumorais com MI, a do tipo III foi detectada em 13/34 (38%) CaI e 3/10 (30%) CaD. Houve correlação entre a intensidade da MI e o tipo da lesão (p = 0,005), observando-se MI de tipo III predominantemente quando as lesões eram de intensidade moderada a acentuada. Conclusões: A MI de tipo III pode ser considerada um marcador da intensidade do processo metaplásico. Sua presença em 50% dos CaI limita seu papel como lesão de risco e reforça a hipótese da existência de diversas vias carcinogênicas para o CG.

Keywords