Revista Contexto & Saúde (Apr 2025)

Infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST em hospitais primários: O TELE-ECG ainda faz diferença?

  • Juraci Leandro Junior,
  • Sanderland José Tavares Gurgel,
  • João Marcelo Souza Baptista,
  • Vinícius Lopes Giacomin,
  • Amanda Carvalho Dutra,
  • Carlos Eduardo Arruda,
  • Miyoko Massago,
  • Luciano Andrade

DOI
https://doi.org/10.21527/2176-7114.2025.50.14911
Journal volume & issue
Vol. 25, no. 50

Abstract

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Sistemas de Transferência de Eletrocardiograma (TELE-ECG) podem aumentar a sobrevida dos pacientes com infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST (IAMCSST). Entretanto, diferenças regionais podem gerar disparidades neste processo e consequentemente no desfecho final dos enfermos. Diante do exposto, o objetivo deste trabalho é avaliar a influência do TELE-ECG no tempo de transferência dos pacientes com IAMCSST no estado do Paraná, Brasil, baseado em dados secundários de 76 pacientes transferidos de um hospital primário para o hospital de referência em cardiologia intervencionista no município de Arapongas, Paraná. Comparações entre o tempo de transferência de municípios com TELE-ECG (Grupo A) e sem TELE-ECG (Grupo B) foram realizados pelo teste Mann-Whitney e mapas cloropléticos foram plotados para demonstrar o trajeto realizado pelas ambulâncias do Suporte Avançado de Vida. Observou-se diferença significativa (p<0,05) entre os grupos, sendo que o tempo médio de transferência foi de 323,82 ±59,00 minutos para o grupo A e de 284,71±96,04 minutos para o grupo B. Portanto, respectivamente, 203,82 minutos e 164,71 minutos acima do recomendado. Durante o percurso, muitas vezes os pacientes passavam por municípios com centros de hemodinâmica e/ou reperfusão química, antes de chegarem ao hospital de referência. Conclui-se que o tempo de transferência foi menor nos municípios sem TELE-ECG, indicando que possivelmente o acionamento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência mais próximo do local do evento, agilizando o processo de transferência dos pacientes. Assim, é fundamental mais estudos sobre os fatores associados ao atraso na intervenção e desfecho dos pacientes com IAMCSST.

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