Diversitas Journal (Jul 2022)

Apresentação Dossiê:

  • Adelmo Fernandes de Araújo,
  • Adriana Cavalcanti dos Santos,
  • Chrystiane Vasconcelos Andrade Toscano,
  • Jacqueline Praxedes de Almeida,
  • Maria Danielle Araújo Mota,
  • Maria Lusia de Morais Belo Bezerra,
  • Wanderson Rodrigues Morais

Journal volume & issue
Vol. 7, no. 3

Abstract

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O segundo dossiê temático “Relatos de Experiências no Âmbito do PIBID e PRP” do Diversitas Journal traz à baila reflexões sobre as experiências de práticas pedagógicas vivenciadas por discentes dos cursos de licenciaturas, professores da educação básica e de Instituições de Ensino Superior (IES). Os relatos aqui apresentados foram realizados no cronotopo da pandemia Covid-19, e demonstram abertura para ações criativas mesmo que os sujeitos tenham assumido o chão da escola por trás de uma tela fria de celular e/ou computador. Saberes necessários às práticas pedagógicas foram ressignificados de forma emergencial a partir da apreensão de uma realidade que exigiu tomada de decisão, disponibilidade para o diálogo e esperança. As narrativas dos diferentes autores e coautores refletem uma variabilidade de fazeres críticos, estéticos e éticos que contribuíram para o entendimento de que nunca foi tão fácil, parafraseando Paulo Freire, compreender que ensinar é uma especificidade humana. O referido Dossiê se organiza em dois blocos. No primeiro bloco, aglutinam-se dez relatos de experiências vivenciados no Programa de Residência Pedagógica (PRP). No segundo bloco, reúnem-se treze trabalhos que tematizam as experiências no âmbito do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência (PIBID). Os relatos, que compõem os referidos blocos, abordam distintas perspectivas (teórica, histórica, política, metodológica, pedagógica, didática) e a partir de diferentes olhares. Os relatos de experiências do PRP abordam diferentes objetos de reflexão, entre eles: formação de professores; impactos na aprendizagem; uso de ferramentas digitais; ensino e documentos históricos; desafios e vivencias na pandemia da Covid-19; adversidades no ensino; rubricas na avaliação; e o papel da família na aprendizagem dos discentes. Essas experiências foram desenvolvidas em diferentes contextos da educação básica e diferentes componentes curriculares (História, Geografia, Matemática, Química, entre outros). Os resultados dos referidos relatos, sobre as experiências no PRP, de forma geral, indicam que: 1) o PRP possibilitou a imersão docente no contexto escolar, mesmo em formato remoto; 2) as rubricas, como ferramentas avaliativas, são eficientes instrumentos no que se refere à observação do desempenho dos estudantes; 3) o ensino nas escolas públicas ainda reproduzem a didática tradicional, baseada no conteúdo e na transmissão de conceitos, o que permeou uma intensa "atmosfera de desmotivação" na sala de aula; 4) o dialogo universidade-escola proporcionou uma inclusão de qualidade, pois garantiu que as necessidades cognitivas dos alunos fossem atendidas; 5) o PRP contribuiu com a melhoria na prática docente-administrativa do residente e na relação aluno/professor; 6) a didática do ensino de História ocupa lugar importância para abordar os assuntos sobre os Direitos Humanos e a ditaduras militares na América Latina; 7) a influência da família afeta diretamente no processo de desenvolvimento escolar dos alunos. Os relatos de experiências do PIBID abordam diferentes temáticas, entre elas: formação docente; racismo estrutural na literatura brasileira; sequencias didáticas; pedagogia decolonial; práticas de leitura na infância; comunidades quilombolas; gêneros textuais; discurso político; e ferramentas digitais. Essas experiências foram desenvolvidas em diferentes etapas e modalidades da educação básica. Concluindo o último bloco e o dossiê, os resultados das experiências no âmbito do PIBID, de forma geral, mostram que: 1) as ferramentas pedagógicas e tecnológicas utilizadas no ensino remoto foram indispensáveis para sobrepor os obstáculos da educação básica; 2) a raiva e o medo foram os principais sentimentos adquiridos durante a pandemia; 3) é preciso compreender os sujeitos em seus respectivos contextos históricos, ler o mundo e dar sentido a “Educação Libertadora”; 4) o PIBID permitiu articular a teoria pedagógica com a prática docente e vivenciar experiências e desafios dos profissionais; 5) há nos espaços educativos a necessidade de uma pedagogia decolonial nas aulas de línguas; 6) as experiências do PIBID contribuíram tanto para a aprendizagem dos estudantes de EJAI (Educação de Jovens, Adultos e Idosos) quanto para a ampliação e mudanças no processo de formação docente em relação ao uso das tecnologias digitais e de comunicação (TDICs); 7) os alunos se apropriaram do domínio de origem das competências exigidas pelo ENEM; 8) a necessidade de se (re)conhecer as especificidades e a vulnerabilidade social desses/as estudantes, o que impõe a constatação de uma privação coletiva do acesso e uso das plataformas virtuais. Convidamos o(a)s leitore(a)s ao diálogo e a reflexões sobre os temas abordados nos relatos de experiências reunidos neste dossiê!