Revista de Estudios e Investigación en Psicología y Educación (Oct 2015)
Diferenças de gênero no estilo de atribuições causais e metas acadêmicas de universitários brasileiros
Abstract
As teorias das atribuições causais e a das metas acadêmicas têm motivado diversos estudos e pesquisas associados ao tema em diferentes contextos históricos e geográfico do planeta. As atribuições causais são explicações pessoais e subjetivas que as pessoas dão naturalmente aos fatos que lhe ocorrem. As atribuições causais possuem as seguintes características: quanto ao lócus interno ou externo, quanto à estabilidade estáveis ou instáveis e quanto ao controle podem ser de ordem controlável ou incontrolável. Já as metas acadêmicas explicam os principais motivos que levam o estudante a realizar as atividades de estudo e que não são excludentes. Tanto as atribuições causais como as metas acadêmicas associam-se aos constructos de autoestima, autoconceito e autoeficácia influenciando o modo de pensar e agir podendo afetar o desempenho acadêmico e as relações interpessoais. Este texto tem como objetivo analisar diferenças de gênero observadas com relação a atribuições causais para o rendimento e aos motivos que levam os estudantes a estudarem no ensino superior. A pesquisa foi realizada ao abrigo de projeto apoiado pelo CNPq com apoio de equipe multidisciplinar junto a duas universidades federais do Brasil (UFAM e UNIR) contou com n=1355 participantes do sexo masculino e feminino que responderam a instrumento próprio, observando procedimentos éticos vigentes. Os resultados demonstram as seguintes metas acadêmicas: (i) “Normalmente me esforço em meus estudos porque quero ser valorizado/a por meus amigos e companheiros de classe”; (ii) “Esforço-me em meus estudos porque quero obter as melhores notas da turma”; (iii) “Esforço-me em meus estudos porque quero me sobressair” e quanto às atribuições causais para o rendimento, foi observada diferença no item “ As boas notas que obtenho se devem sempre à minha capacidade”. Todas as diferenças favoráveis aos estudantes do sexo masculino p ≤ .001, confirmando resultados de pesquisas na área. Quanto à validade do instrumento, o estudo revelou sua validade estatística. A continuidade de pesquisas e estudos na área em diferentes contextos sociais e educativos poderá contribuir, a exemplo da pesquisa em pauta, com o aporte de novas informações sistematizadas que possam apoiar a proposição de políticas públicas que considerem as diferenças de gênero no ensino superior.
Keywords