Jornal de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia (Nov 2024)
ID240 Banho sem enxágue em pacientes acamados: avaliação da eficácia e segurança
Abstract
Introdução A avaliação do banho no leito sem enxágue foi uma demandada encaminhada ao Núcleo de Avaliação de Tecnologia em Saúde do HC UFTM para avaliação de incorporação na perspectiva hospitalar. O objetivo desta pesquisa foi avaliar a eficácia e segurança do banho sem enxágue em pacientes adultos e idosos que necessitam de cuidados no leito. Métodos Estudo de revisão, utilizando como pergunta norteadora: “O uso do banho sem enxágue é eficaz e seguro em relação ao banho convencional em pacientes adultos e idosos que necessitam de cuidados no leito?” Todas as fases de seleção e extração dos dados foi realizada por três pesquisadores de forma independente e posteriormente realizado consenso das decisões entre os mesmos pesquisadores. O processo seleção dos trabalhos utilizou o fluxograma PRISMA. Os critérios de inclusão foram: Ensaios Clínicos Controlados Randomizados (ECCR) ou estudo quase experimentais que avaliaram os desfechos relacionados à segurança e eficácia do uso do banho sem enxágue em pacientes adultos e idosos que necessitam de cuidados no leito. A busca foi realizada em janeiro de 2023, em seis bases de dados indexadas. Para a combinação da estratégia de busca foram utilizados os termos “Banhos”, “Assistência ao Paciente”, conforme descritor de cada base; e o descritor não controlado “produtos de higiene pessoal”. Foi realizada a avaliação do risco de viés dos estudos (ROB 2 e Robins I). Os desfechos primários avaliados foram os desfechos de segurança (ausência de dermatites e outras reações adversas) e eficácia (controle microbiano e redução de infecção relacionada a assistência à saúde). Como desfechos secundários foram selecionados custo efetividade (economia de insumos, redução de horas de enfermagem), satisfação do profissional, conforto do paciente. Resultados Foram incluídos quatro ECCR e dois estudos quase-experimentais. Três estudos foram classificados como alto risco de viés ou algumas preocupações. Dois estudos avaliaram a colonização da pele e um estudo avaliou a integridade da pele, apontando para uma redução da microbiota da pele e redução significativa de lesões no grupo do banho sem enxágue. Quatro estudos avaliaram o custo, considerando que este foi reduzido no banho a seco, porém, não foi encontrado diferença significativa em três estudos. Quatro estudos avaliaram a satisfação ou sensação de conforto do paciente durante o procedimento, porém essa avaliação foi prejudicada pois dependia do fator memória para ser avaliado, não sendo possível em alguns casos. Não foram encontrados dados relacionados a associação do tipo de banho com infecções relacionadas a assistência à saúde ou que avaliem a resistência bacteriana e a tolerância da pele frente ao uso prolongado destes produtos. Além disso, não foi observado avaliação econômica considerando todos os custos, incluindo àqueles relacionados aos indicadores de infecção. Discussão e conclusões Os estudos clínicos incluídos nesta revisão evidenciam que existe uma direção positiva em relação ao uso do banho sem enxágue, ou seja, o emprego do banho sem enxágue mostrou-se eficaz em relação à redução da microbiota da pele, redução dos custos e das horas de enfermagem, porém, é necessário interpretar os resultados com cautela, haja vista que a qualidade metodológica de alguns estudos analisados. Além disso, desfechos de interesse precisam ser explorados para uma definição mais segura sobre o uso da tecnologia.
Keywords