Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2023)

AVALIAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DOS PACIENTES COM MIELOMA MÚLTIPLO, NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA

  • JP Resende,
  • SDB Silva,
  • E Pitaluga,
  • NS Lira,
  • GC Pereira,
  • NCS Misael,
  • FQ Bastos,
  • MHS Durães,
  • FD Xavier

Journal volume & issue
Vol. 45
p. S399

Abstract

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Introdução: O Mieloma Múltiplo (MM) corresponde a 1% de todos os cânceres e a aproximadamente 10% de todas as neoplasias hematológicas, com uma mediana de idade ao diagnóstico de 65 anos. Há poucos dados de estudos brasileiros. O presente estudo objetiva apresentar os resultados epidemiológicos e clínicos dos pacientes com MM tratados no Hospital Universitário de Brasília (HUB/UNB-EBSERH), desde a abertura da Unidade de Hematologia e Hemoterapia (UHH) em novembro de 2014 até julho de 2023. Método: Todos os pacientes que chegaram na UHH foram avaliados (n = 92). Foi feita coletados dados em prontuário eletrônico (AGHU) e sistema eletrônico de exames laboratoriais (COMPLAB). Foi feita a análise estatística dos dados utilizando-se o programa STATA® 12.0. Resultados: Foram excluídos pacientes que trataram em outro serviço e MM assintomático, resultando num N = 75 pacientes. Nesse houve 26 óbitos (34,7%). A mediana de idade ao diagnóstico foi 62,3 anos (27,7-87,2). Apesar de 78,7% dos pacientes serem elegíveis para transplante autólogo (ATMO) por idade, só 54/75 (72%) eram por comorbidades e idade, 61,3% eram homens. Ao diagnóstico 62,7% tinham Hb2; 80% doença óssea detectável por imagem, 24% infiltração medular >60%, 21,3% eram maiores que 75 anos, 13,3% necessitaram hemodiálise, 9,3% DS I, 5,3% DSII e 85,3% DS III, ISS foi avaliável em 42 pacientes, sendo 14,3% I, 33,3% II e 52,38% III. Nos pacientes elegíveis 40/54 (74%) iniciaram CTd, 11/54 (20,4%) VCd, 2/54 (3,7%) VTd e 1/54 VRd. Nos pacientes inelegíveis 13/21 (61,9%) iniciaram VMP, 4/21 (19%) MP e 1/21 VCD, 2/21 VMP e 1/21 TD. Após a 1ªlinha 23/75 (30,7%) alcançaram ≥VGPR e 53/75 (70,7%) ≥RP. No elegível, as taxas de resposta foram 16/54 ≥VGPR (29,6%) e 38/54 (70,4%) ≥RP. No inelegível, as taxas de resposta foram 7/21 ≥VGPR (33,3%) e 15/21 ≥RP (71,4%). Nos 23 pacientes que realizaram TMO autólogo em 1ª linha as taxas de resposta foram 16/23 ≥VGPR (69,6%) e 18/23 ≥RP (78,3%). Demonstrando um aprofundamento da resposta de 40,3% ≥VGPR e 7,9% na RG. 20/75 pacientes fizeram manutenção. Dos 23 transplantados em 1L, 17 (73,9%) fizeram manutenção: 5,9% Lena, 58,8% BTZ e 35,3% tal; e 26% não fizeram manutenção. Dos 54 pacientes elegíveis ao ATMO, 23 em primeira linha (42,6%) e 7 (13%) realizaram após a 1L. No total, 55,5% fizeram ATMO em algum momento. A mediana de sobrevida global (SG) foi de 44,2 meses (SG 5 anos 49,4%), sendo 44,2 meses no não-elegível, 63,6meses no elegível, 42,7 meses no elegível que não fez ATMO em 1L e 63,6% no elegível que fez ATMO em 1L. A mediana de SG por quimioterapia de 1ªlinha foi MPT 71,6 meses, MP 29,6m, CTD 42,7 meses, VMP10,6 meses. A mediana de sobrevida livre de progressão para 1ª linha foi 23,4 meses, sendo 23,5 meses no elegível e 22,5 meses no e do não-elegível. Mediana de PFS1 no elegível que não fez ATMO foi de apenas 12,2 meses, enquanto que no que fez ATMO foi 33,9 meses. A mediana de PFS1 do CTd foi 33,9 meses para quem fez ATMO em 1L e 12,2 meses para quem não fez. Conclusão: Os resultados demonstram ainda um baixo uso de bortezomibe em 1ªlinha justificando resultados inferiroes que a literatura, pois a incorporação no SUS somente ocorreu em portaria em 2020 e no nosso serviço em agosto de 2021. Os resultados demonstram a importância no ATMO em prolongar a sobrevida e aprofundar resposta. A sobrevida livre de progressão do protocolo CTd foi compatível com a literatura.