Revista do Instituto Florestal (Jun 2014)
COMPOSIÇÃO E ESTRUTURA DA VEGETAÇÃO RIPÁRIA NA SUB-BACIA DO CÓRREGO DO CINTRA (BOTUCATU − SP)
Abstract
As Cuestas Basálticas apresentam-se na paisagem da região central do Estado de São Paulo e caracterizam-se pela Floresta Estacional Semidecidual. O objetivo deste trabalho foi caracterizar a estrutura, estádio sucessional e a diversidade da mata ripária integrante da sub-bacia do córrego do Cintra, situada na região da Cuesta de Botucatu. O método fitossociológico utilizado em três áreas foi o de ponto-quadrante com dois indivíduos amostrados em cada quadrante e de tamanho > 5 m e < 5 m de altura. Foi utilizado o teste de Friedman na comparação das espécies arbóreas nas três áreas, seguido do teste de Dunn, ao nível de 5% de significância. Os índices analisados foram dominância relativa − DoR, densidade relativa − DR, e índice de valor de cobertura − IVC, obtidos através de cálculo em planilha eletrônica; o estádio sucessional foi determinado pela proporção relativa entre os números de indivíduos de espécies de diferentes sinúsias identificadas; a diversidade de espécies foi estudada com base nos índices de diversidade de Shannon-Wiener (H’), Pielou (J) e Simpson, conotação 1-D, através do programa Past. Nas três áreas de amostragem foram encontradas 2.241 indivíduos arbóreos de 145 espécies, pertencentes a 55 famílias botânicas, sendo as mais representativas Fabaceae com 16,3%; Lauraceae, Myrtaceae e Boraginaceae com 7% cada, totalizando 37,3% da amostragem total. As espécies com maior DoR, DR e IVC nas áreas 1, 2 e 3 respectivamente foram Calophyllum brasiliense, Piptadenia gonoacantha e Gochnatia polymorpha. O estádio sucessional na área 1 foi considerado mais tardio, na área 2 intermediário, e pioneiro na área 3, além da diversidade (H’A1 = 4,08; H’A2 = 3,79; H’A3 = 3,31 nats/ind-1) das espécies, que foi considerada alta e boa equabilidade nas três áreas. Portanto, na área 3 os índices indicaram maior dominância de poucas espécies que está em processo de sucessão, com a necessidade de revegetação e regeneração florestal.