Revista Portuguesa de Educação Artística (Dec 2019)
Music, Pedagogy and Children/Youth with Disabilities: Specific Considerations about the Blind Children / Música, Pedagogia e Crianças/ Jovens com Deficiência: Considerações Específicas sobre os Invisuais
Abstract
In the last thirty years, many scientific studies have come to prove the importance of Music as therapeutic, cognitive, emotional and social level, especially in children. Objective or subjective, individual or collective, interpersonal or intrapersonal, Music enhances the World’s discovery and develops the brain as a whole (Jeandot, 1993: 19). No wonder Music is extraordinarily important in Special Education, because it reduces the limitations created by disabilities, enhances the individual’s overall independence and helps disabled children get into family, school, and social settings. Whether through Auditory Perception, Instrumental Practice, Vocal Practice or general Musicalization exercises, teachers should use Music in their educational strategies to mitigate the difficulties caused by different deficiencies. This article is the result of my work as a mentor of several stages and theses of future pre-school and first cycle teachers and educators who have applied various methodologies – Kodaly, Willems, Orff – in their professional contexts of traineeship with disabled children – particularly blind, deaf and autistic – and shows, in an evident and sustained way, how Music is fundamental and essential in General and Vocational Education as an active and playful methodological strategy in alleviating handicaps, either through Instrumental Practice (where fine and gross motricity, sound exploration, body/instrument ratio, etc.) or through Vocal Practice (where the voice is optimized as an extension of the body, melody, memory, expressive vocal production, tuning, choral singing, etc). Children with disabilities substantially improve their physical and intellectual performance with Music, in particular through repetitive processes – words, rhythms, songs, instrumental pieces – become happier and more accomplished and “educate themselves for the integration and inclusion, building a more just society” (Berenguer, 2010: 25). / Nos últimos trinta anos, muitos estudos científicos vieram provar a importância da Música em termos terapêuticos, cognitivos, emocionais e sociais, especialmente nas crianças. Objectiva ou subjectiva, individual ou colectiva, interpessoal ou intrapessoal, a Música amplia a descoberta do Mundo e desenvolve o cérebro no seu todo (Jeandot, 1993: 19). Não admira que a Música seja extraordinariamente importante na Educação Especial, na medida em que ela reduz as limitações provocadas pela deficiência, aumenta a independência global dos indivíduos e ajuda as crianças com deficiênciaa integrarem-se na família, na escola e a ganharem competências sociais. Seja através da Percepção Auditiva, da Prática Instrumental, da Prática Vocal ou de Exercícios de Musicalização mais generalistas, os professores devem usar a Música nas suas estratégias pedagógicas para reduzir substancialmente as dificuldades que as diferentes deficiências colocam às crianças. Este artigo é o resultado do meu trabalho como Orientador de diversos estágios e de diferentes Teses de futuros educadores e professores do 1.º Ciclo, os quais aplicaram diversas metodologias – Kodály, Willems, Orff – nos seus contextos profissionais de trabalho pedagógico com crianças com deficiência – em particular com invisuais, surdos e autistas – e mostra, de uma forma evidente e sustentável, como a Música é fundamental e essencial tanto na Educação Generalista como na Educação Artística (Vocacional) como uma estratégia activa e lúdica no atenuar da deficiência, seja através da Prática Instrumental (com o desenvolvimento da motricidade fina e grossa, com a exploração do som, com a utilização do corpo como um instrumento, etc) ou da Prática Vocal (onde a voz é optimizada como uma extensão do corpo, onde se trabalha a melodia, a memória, a produção vocal expressiva, a afinação, o canto coral, etc). Através e com a Música, as crianças com deficiência melhoram substancialmente a sua performance física e intelectual, em particular através de processos repetitivos – palavras, ritmos, canções, peças instrumentais – tornam-se mais felizes e “educate themselves for the integration and inclusion, building a more just society” (Berenguer, 2010: 25).
Keywords