Psicologia em Estudo (Mar 2011)

Prática de privação de liberdade em adolescentes: um enfoque psicossociológico Practice of freedom privation in teenagers: a psychosocial approach

  • Maria da Penha de Lima Coutinho,
  • Ionara Dantas Estevam,
  • Ludgleydson Fernandes de Araújo,
  • Lidiane Silva Araújo

DOI
https://doi.org/10.1590/S1413-73722011000100012
Journal volume & issue
Vol. 16, no. 1
pp. 101 – 109

Abstract

Read online

O Estatuto da Criança e do Adolescente contém artigos reguladores da prática do ato infracional e dos procedimentos socioeducativos que conduzem o adolescente à reflexão sobre o ato infracional cometido e seu futuro retorno ao convívio sociofamiliar. Objetivou-se apreender as representações sociais dos adolescentes em conflito com a lei acerca da prática socioeducativa com privação de liberdade. Participaram do estudo 50 adolescentes, os quais responderam a entrevistas com profundidade, as quais posteriormente foram submetidas à Análise de Conteúdo. Os resultados evidenciaram sete categorias empíricas: concepção da prática socioeducativa de privação de liberdade; descrição da instituição; imagem dos profissionais; percepção da imagem de si; experiência de vida; e manifestações biopsicognitivas e projeto de vida. As representações sociais apontaram que a prática não socializadora prevaleceu sobre a socializadora. Os participantes demonstraram que, se for justa e humanizada, a prática socioeducativa privativa de liberdade poderá obter êxito na ressocialização do adolescente e na superação da sua condição excludente.El Estatuto de la Niñez y Adolescencia contiene artículos que regulan la práctica del acto infracional y los procedimientos de las medidas socioeducativas conductores del adolescente a la reflexión sobre el acto infracional cometido y su futuro retorno a la convivencia socio-familiar. Participaron del estudio 50 adolescentes que respondieron la entrevistas en profundidad, sometidas al Análisis de Contenido. Los resultados demostraron siete categorías empíricas: concepción de la práctica socioeducativa de privación de libertad, descripción de la institución, imagen de los profesionales, percepción del imagen de sí, experiencia de vida, manifestaciones biopsicognitivas y proyecto de vida. Las representaciones sociales apuntaron que la práctica no-socializadora presentó una primazia en relación a la socializadora. Los actores sociales demostraron que, si la práctica socioeducativa de privación de libertad sea justa y humanizada, podrá obtener éxito en la resocialización del adolescente y en la superación de su condición de exclusión.The Statute of Children and Adolescents ( a Brazilian law related to children and adolescents), contains articles regulating the practice of the infraction act and the socioeducational procedures leading the adolescent to reflect on the offense committed and its subsequent return to the familial interaction. The objective was to understand the social representations of adolescents in conflict with the law about socioeducative practice with privation of liberty. The study included 50 adolescents who completed interviews with depth which, thereafter, were subjected to content analysis. The results showed seven empirical categories: conception of the practice socioeducative of privation of freedom, description of the institution, professional image, perception of self-image, life experience, demonstrations and biopsycognitve life project. Social representations indicated that the practice presented a non-socialization primacy in relation to socialization. The social actors have shown that if the practice of socioeducative which is related with the privation of liberty is just and humane, they can be succeed in re-socialization of these adolescents and in overcoming their excluded condition.

Keywords