Revista Brasileira de Reumatologia (Oct 2005)

Dosagem sérica de adenosina deaminase em lúpus eritematoso sistêmico: ausência de associação com atividade de doença Levels of serum adenosine deaminase in systemic lupus erythematosus: lack of association with disease activity

  • Isabella Lima,
  • Fátima Néri,
  • Mittermayer Barreto Santiago

DOI
https://doi.org/10.1590/S0482-50042005000500002
Journal volume & issue
Vol. 45, no. 5
pp. 273 – 279

Abstract

Read online

O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença inflamatória auto-imune, que evolui intercalando períodos de atividade e remissão. OBJETIVO: avaliar a associação da dosagem sérica de adenosina deaminase (ADA) e atividade do LES, segundo os critérios do SLEDAI 2K - Systemic lupus erythematosus disease activity index. MÉTODOS: avaliou-se 82 pacientes com LES atendidos em um hospital de referência para o tratamento do LES em Salvador, BA, Brasil. A atividade de doença foi determinada pelo SLEDAI 2K e a dosagem sérica da ADA realizada por colorimetria. RESULTADOS: oitenta e uma pacientes (98,78%) eram do sexo feminino e a idade média foi de 35,07±11,73 anos. O escore de SLEDAI médio foi de 11,66±5,89; a média de ADA sérica foi de 38,24±13,61U/l; C3 de 91,93±27,39 mg/dl; C4 de 15,17±5,77 mg/dl e a pesquisa de anticorpos anti-DNA nativo (aDNAn) foi positiva em 31 casos (37,8%). Não houve correlação entre os níveis séricos de ADA e escore do SLEDAI. A ADA sérica correlacionou-se inversamente com C4 (r=-0,336 e p=0,001). CONCLUSÕES: no presente estudo a dosagem sérica de ADA não se associou a atividade de doença segundo os critérios do SLEDAI 2K, sugerindo que esse teste não deve ser utilizado como marcador de atividade de doença em LES. Esse resultado diverge da maioria dos trabalhos publicados, o que pode ser explicado pela dificuldade de padronização da técnica de dosagem da ADA ou por diferença nas diversas populações estudadas.Systemic lupus erythematosus (SLE) is an autoimmune inflammatory disease, with a variable course and characterized by periods of remissions and exacerbations. OBJECTIVE: To evaluate the association between serum adenosine deaminase (ADA) levels and disease activity in SLE. METHODS: Eighty two SLE patients seen at Santa Izabel Hospital in Salvador, BA, Brazil, were studied. Disease activity was measured by SLEDAI 2K- Systemic Lupus Erythematosus Disease Activity Index, and serum ADA was detected by colorimetric assay. RESULTS: Eighty one patients were female; mean age was 35.07 ± 11.73 years. The mean SLEDAI score was 11.66 ± 5.89; mean serum ADA was 38.24 ± 13.61U/l; C3 level was 91.93 ± 27.39 mg/dl; C4 level was 15.17 ± 5.77 mg/dl and anti-DNA antibodies were detected in 31(37.8%) patients. There was no correlation between serum ADA level and SLEDAI score. We found an inverse relationship between C4 level and serum ADA. CONCLUSIONS: In the present study, we have not demonstrated a correlation between serum ADA and SLEDAI score, therefore it should not be used as a marker for disease activity in SLE. These findings are divergent from most of the previous studies. It could be explained by the difference in the studied populations or due to the lack of standardization of the ADA measurement technique.

Keywords