Brazilian Journal of Infectious Diseases (Oct 2024)

EP-200 - FATORES DE RISCO PARA A RESISTÊNCIA À POLIMIXINA B EM PACIENTES COM INFECÇÃO POR KLEBSIELLA PNEUMONIAE

  • Diego Cassola Pronunciato,
  • Diogo Boldim Ferreira,
  • Eduardo A. Medeiros

Journal volume & issue
Vol. 28
p. 104120

Abstract

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Introdução: A resistência antimicrobiana é um dos maiores desafios no controle de infecções relacionadas à assistência em saúde (IRAS). Polimixina B é um antimicrobiano extensamente utilizado em pacientes com infecções por bactérias multirresistentes, atualmente esse fármaco é considerado como a última linha de tratamento, normalmente é o último antibiótico a perder sensibilidade contra bacilos Gram-negativos multirresistentes. Objetivo: Neste estudo buscamos identificar os fatores de risco para o desenvolvimento de infecções por Klebsiella pneumoniae resistentes à polimixina B. Método: Identificamos de forma anonimizada as infecções por Klebsiella pneumoniae resistentes à polimixina por método de microdiluição, isoladas consecutivamente em hemoculturas no período de 01/01/2022 a 31/12/2022. Comparamos suas características clínicas com pacientes com isolados da mesma espécie, sensíveis à polimixina B. Estes dados foram analisados com probabilidade de significância (p < 0,05). Resultados: Obtivemos 59 pacientes com hemocultura positiva para Klebsiella pneumoniae no total, sendo 33 (58,9%) sensíveis à polimixina B e 26 (41,1%) resistentes. Observamos que o fator de risco mais importante para o desenvolvimento destas infecções foi o uso prévio de carbapenêmicos (p = 0,003) e da própria polimixina B (p = 0,004), e também observamos como fatores de risco a internação em UTI (p = 0,025) e a presença de ventilação mecânica no momento da infecção (p = 0,001). Buscamos em dados de prontuário médico pacientes com infecções com esse perfil de resistência isoladas em hemoculturas, e comparamos suas características clínicas com pacientes com isolados da mesma espécie, sensíveis à polimixina B. O uso prévio de outros antimicrobianos e as comorbidades avaliadas não mostrou significância estatística para o desenvolvimento de K pneumoniae resistente à polimixina. A mortalidade no grupo sensível foi de 33,3% e no resistente, 69,2% (p = 0,006). Conclusão: Os resultados obtidos demonstram que o uso prévio de polimixina B foi indutor de resistência. O uso de carbapenêmicos, internação prolongada em UTI e presença de dispositivos invasivos corroboram com o paciente de maior gravidade ser aquele com maior risco de desenvolvimento de resistência antimicrobiana. A identificação dos fatores de risco para resistência à polimixina B pode auxiliar na escolha mais adequada do tratamento empírico.