Formação de professores e educação escolar inclusiva: Um olhar para o sujeito com deficiência visual

Abstract

Este texto apresenta os resultados de uma pesquisa que investigou um processo de formação continuada de professores de educação básica, estudantes e técnicos de uma universidade federal inseridos em um projeto de extensão que tratou da escrita e da leitura Braile. Tal projeto, objeto desta pesquisa, foi coordenado por uma docente que atuava em uma universidade federal da Fronteira Sul, cuja intencionalidade era promover espaços coletivos de estudo e discussão sobre a educação inclusiva de sujeitos com deficiência visual. O referido projeto foi desenvolvido no período de maio a novembro de 2014, com encontros semanais de 4 horas, os quais foram registrados em audiogravação e transcritos, constituindo-se na principal fonte de dados desta investigação. A pesquisa é qualitativa e se insere na modalidade Estudo de Caso. Os resultados apontam para a necessidade de mudança nas concepções sobre a cegueira, as quais concebem essa condição por meio da subtração da experiência visual, reduzindo a pessoa cega à falta de visão, a fim de compreender que essa condição produz a reestruturação de toda atividade psíquica. Apontam, também, para a importância de ações de extensão na qualificação do ensino e na formação para o ensino. A análise contou com o apoio de teóricos como Maria Teresa Mantoan, Enicéia Mendes, que dialogam sobre a educação inclusiva, e Maurcie Tardif, Lev Vygotsky, José Bueno e Francisco Imbernón, dentre outros, que trazem importantes contribuições sobre a formação docente e a educação escolar para crianças com deficiência.