Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2023)

USO DE ANÁLOGOS DA TROMBOPOETINA NO MANEJO DA PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA AUTOIMUNE

  • JVA Duarte,
  • CASA Dalva,
  • VBG Praxades,
  • ALA Cunha,
  • PRB Menezes,
  • MV Horta,
  • NMP Lima,
  • ALS Oliveira,
  • LVM Fernandes,
  • FB Duarte

Journal volume & issue
Vol. 45
pp. S954 – S955

Abstract

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Introdução: Trombocitopenia imune primária (PTI) é uma doença autoimune adquirida caracterizada por trombocitopenia na ausência de uma causa identificável. A patogênese envolve o aumento da destruição da série megacariocítica isolada por autoanticorpos antiplaquetários. Em uma pessoa saudável, as plaquetas anucleadas circulam por 7 a 10 dias e sua vida útil é controlada por um relógio apoptótico. Na púrpura trombocitopênica idiopática, a ligação de anticorpos às plaquetas leva à eliminação por macrófagos através de Fc-mediada de reconhecimento – principalmente no baço ou fígado, ou ambos. Os novos agonistas de receptores trombopoiéticos (TPO-RAs) estimulam a produção de plaquetas. Existem atualmente dois TPO-RAs aprovados para uso em PTI: eltrombopag e romiplostim, ambas são usadas em tratamento de segunda linha. Objetivos: Descrever o manejo terapêutico da púrpura trombocitopênica imune mediante o uso de análogos da eritropoetina. Métodos: Trata-se de uma revisão de literatura, utilizando as bases PubMed e SCIELO pelos descritores “thrombopoietin analogues” e “primary immune thrombocytopenia”, onde essa busca resultou em duas revisões de literatura e um estudo retrospectivo multicêntrico não intervencional. Este último, foi realizado em pacientes com PTI que não respondia a corticoide ou a tratamento com a imunoglobulina intravenosa, e foram tratados com romiplostim ou eltrombopag. Todos estudos com intuito de avaliar a eficácia do tratamento com análogos e a segurança dos mesmos. Resultados e discussão: A púrpura trombocitopênica imunológica trata-se de uma doença adquirida, caracterizada por baixo nível de plaquetas, que geralmente tem resolução autolimitada, mas que pode cursar com queda da contagem plaquetária para níveis que requerem tratamento. Devido à natureza heterogênea da doença, as abordagens terapêuticas convencionais podem falhar, por isso, surge a necessidade da utilização de drogas alternativas. Entre elas, estão os agonistas dos receptores da eritropoetina. De acordo com a literatura revisada, esses medicamentos são indicados para pacientes gravemente afetados e refratários ao tratamento clássico (incluindo a esplenectomia). Além disso, podem ser utilizados como forma de retardar a esplenectomia ou de aumentar o número de plaquetas antes de procedimentos cirúrgicos em trombocitopênicos graves. Apesar de os análogos de trombopoetina de primeira geração terem causado reações imunes adversas, os de segunda geração, como o eltrombopag e o romiplostim têm despontado como excelentes alternativas para aumento e manutenção da produção plaquetária. Em termos de segurança, ambos são bem tolerados e os efeitos colaterais são leves, sendo cefaleia o mais comum. Apesar disso, a incidência de eventos vasculares foi descrita como maior quando comparada ao tratamento clássico da PTI. Entre as complicações mais graves, estão a fibrose de medula óssea e doenças hematológicas malignas, que ainda não têm taxa definida. Conclusão: Estudos mostraram que os novos análogos do receptor de trombopoietina (romiplostim, eltrombopag e avatrombopag) são uma nova opção terapêutica, com boa eficácia, tolerância e segurança. Outros estudos estão sendo realizados utilizando essas drogas para avaliar os seus efeitos a longo prazo e em outras doenças.