Arquivos Brasileiros de Cardiologia (Nov 2011)

Escore de cálcio na avaliação da aterosclerose em pacientes com HIV/AIDS Calcium score in the evaluation of atherosclerosis in patients with HIV/Aids

  • Verônica Soares Monteiro,
  • Heloisa Ramos Lacerda,
  • Marly Uellendahl,
  • Tien Man Chang,
  • Valéria Maria de Albuquerque,
  • Josefina Cláudia Zirpoli,
  • Ricardo Araes Ximenes,
  • Maria de Fátima Militão de Albuquerque,
  • Demócrito de Barros Miranda Filho,
  • Dário Sobral Filho

Journal volume & issue
Vol. 97, no. 5
pp. 427 – 433

Abstract

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FUNDAMENTO: A terapia antirretroviral aumentou drasticamente a expectativa de vida em pacientes com HIV/AIDS, embora a aterosclerose esteja associada a uma terapia de longo prazo. OBJETIVO: Investigar a prevalência de aterosclerose em pacientes com AIDS submetidos à terapia antirretroviral e a influência de tratamentos de diferentes regimes e durações. MÉTODOS: Pacientes com HIV/AIDS foram abordados durante consultas de rotina. Aqueles que estiveram em terapia antirretroviral por, pelo menos, dois anos tiveram o sangue coletado para análise do perfil lipídico e da glicemia em jejum e foram submetidos à tomografia computadorizada cardíaca para quantificação do escore de cálcio dentro de seis dias, no máximo. A aterosclerose foi definida como escore de cálcio maior que zero (CAC > 0). Fatores de risco tradicionais, síndrome metabólica e o escore de Framingham foram analisados. RESULTADOS: Cinquenta e três pacientes realizaram tomografia computadorizada cardíaca: 50,94% eram do sexo masculino, com idade média de 43,4 anos; 20% tinham hipertensão; 3,77% tinham diabetes; 67,92% tinham hipercolesterolemia; 37,74% tinham hipertrigliceridemia; 47,17% tinham HDL baixo; 24,53% atenderam aos critérios para síndrome metabólica; 96,23% foram classificados no escore de Framingham como "baixo risco"; e 18,87% eram tabagistas. A duração média do tratamento antirretroviral foi de 58,98 meses. A aterosclerose coronária ocorreu em 11 pacientes (20,75%). A duração da terapia antirretroviral não se relacionou à aterosclerose (p = 0,41), e não houve diferenças significativas entre os diferentes esquemas antirretrovirais (p = 0,71). Entre os fatores de risco tradicionais, o tabagismo (OR = 27,20; p = 0,023) e a idade (OR = 20,59; p = 0,033) foram significativos na presença de aterosclerose. Havia tendência para uma associação positiva da aterosclerose com a hipercolesterolemia (OR = 8,30; p = 0,0668). CONCLUSÃO: Os fatores associados à aterosclerose foram idade, tabagismo e hipercolesterolemia. A duração e o tipo de terapia antirretroviral não influenciaram a prevalência da aterosclerose.BACKGROUND: Antiretroviral therapy has dramatically increased life expectancy in patients with HIV/AIDS although atherosclerosis has been associated with long-standing therapy. OBJECTIVE: To investigate the prevalence of atherosclerosis in patients with AIDS undergoing antiretroviral therapy and the influence of different schemes and duration of treatment. METHODS: HIV/AIDS patients were approached during routine consultations. Those who had been on antiretroviral therapy for at least two years had their blood collected for analysis of lipid profile and fasting glycemia and underwent cardiac CT for quantification of calcium score within six days at the most. Atherosclerosis was defined as calcium score greater than zero (CAC > 0). Traditional risk factors, metabolic syndrome and Framingham score were analyzed. RESULTS: Fifty-three patients performed cardiac CT. Twenty-seven (50.94%) were male, mean age 43.4 years; 20.00% had hypertension, 3.77% diabetes, 67.92% hypercholesterolemia, 37.74% hypertriglyceridemia and 47.17% low HDL. Thirteen (24.53%) met criteria for metabolic syndrome and 96.23% were classified in Framingham score as "low risk." Ten patients (18.87%) were smokers. Mean duration of antiretroviral treatment was 58.98 months. Coronary atherosclerosis occurred in 11 (20.75%) patients. Duration of antiretroviral therapy was not related to atherosclerosis (p = 0.41) and there were no significant differences between different antiretroviral regimens (p = 0.71). Among traditional risk factors, smoking (OR = 27.20; p = 0.023) and age (OR = 20.59; p = 0.033) were significant in the presence of atherosclerosis. There was a trend towards a positive association of atherosclerosis with hypercholesterolemia (OR = 8.30; p = 0.0668). CONCLUSION: Factors associated with atherosclerosis were age, smoking and hypercholesterolemia. Duration and type of antiretroviral therapy had no influence on the prevalence of atherosclerosis.

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