Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2023)

ANÁLISE DE PRONTUÁRIOS DE PACIENTES SUBMETIDOS A CIRURGIA CARDÍACA QUE RECEBERAM HEMOTRANSFUSÃO EM UM HOSPITAL DO SUL DO BRASIL

  • QD Heiderich,
  • DMS Schlindwein,
  • SB Souza,
  • B Sodré,
  • BLM Pereira

Journal volume & issue
Vol. 45
p. S740

Abstract

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Objetivo: Esse trabalho tem por objetivo apresentar a análise de prontuários de pacientes que foram submetidos a cirurgia cardíaca de revascularização do miocárdio e troca valvar e realizaram hemotransfusão em um hospital acreditado na cidade de Blumenau, SC-Brasil. Método: Trata-se de um estudo analítico, realizado em sistema informatizado, utilizando o software Tasy®. Foram selecionados 56 (100%) prontuários eletrônicos de pacientes submetidos a cirurgia de revascularização do miocárdio e troca valvar, considerando o período de junho 2022 a junho de 2023. Foi desconsiderado para a análise 40 (71,43%) prontuários, pois os mesmos não apresentaram evidências de hemotransfusão. Realizamos a análise de 16 (28,57%) prontuários eletrônicos, que atenderam o objetivo desse trabalho. O desfecho clínico considerado para o estudo foi a mortalidade de quaisquer causas durante a internação hospitalar. Resultados: Dos 16 (100%) prontuários analisados que apresentaram evidências do processo de hemotransfusão na cirurgia cardíaca, 07 (43,75%) eram revascularização do miocárdio e 09 (56,25%) eram troca valvar. Dos 16 (100%) prontuários analisados, 14 (87,5%), utilizaram recuperação sanguínea intraoperatória em sistema de circulação extracorpórea. Dos pacientes que utilizaram do recurso CEC, foi notável que o tempo médio do uso da máquina foi de 00:77 minutos. Ao analisar o perfil desses pacientes também foi possível observar que a média do hematócrito pré-operatório foi de 33,5%. Em relação aos pacientes que não precisaram de hemotransfusão no Pós-Operatório Imediato (POI), obtivemos um resultado de 62,50%. Observou- se que não houve perfil predominante de gênero, sendo, 08 (50%) masculino, e, 08 (50%) feminino. Em relação a idade variou de 46 anos a 80, sendo que houve 01 (0,16%) paciente com idade de 14 anos (realizado troca valvar, devido a endocardite). O tempo médio de internação foi de 6 dias, sendo que 01 paciente permaneceu por 28 dias (fora do tempo médio). Em relação ao resultado do desfecho final, 10 (62,50%) dos prontuários analisados, obtiveram alta médica. E, 06 (32,50%) dos analisados, tiveram resultado final como óbito, destes 5 (83,33%) tinham idade superior a 66 anos. Discussão: Considerando o total de prontuários analisados a porcentagem de pacientes transfundidos foi baixa em comparação com dados da literatura. Recursos como recuperação sanguínea intraoperatória e hemostáticos, podem ter influenciado esses resultados. Comparando a revascularização do miocárdio com a troca valvar, esta última apresentou maior frequência de transfusões, maior uso de hemocomponentes e maior desfecho desfavorável (óbitos) no pós-operatório. Podemos observar também que nesse estudo o óbito esteve relacionado a idade mais avançada (maior que 66 anos) Conclusão: Conhecer as particularidades do processo de cirurgias cardíacas é essencial para a gestão do cuidado e isso inclui as boas práticas como o uso racional de hemocomponentes. Com esse estudo evidenciamos que os pacientes que utilizaram a recuperação de sangue intraoperatória tiveram uma menor necessidade de transfusão o que minimiza a possibilidade de reações adversas e futuras complicações. Contudo trata-se de uma primeira análise de prontuário e fica a sugestão de novos estudos considerando outras variáveis.