Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2023)

CARACTERIZAÇÃO DOS EFEITOS ANTINEOPLÁSICOS DA CEFALOCROMINA EM MODELOS CELULARES DE LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA AGUDA

  • CSM Serra,
  • HP Vicari,
  • GC Lima,
  • K Lima,
  • MCD Nascimento,
  • EM Rego,
  • MJP Ferreira,
  • LV Cost-Lotufo,
  • JA Machad-Neto

Journal volume & issue
Vol. 45
pp. S221 – S222

Abstract

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Objetivo: A leucemia linfoblástica aguda (LLA) é uma neoplasia hematológica maligna que se origina de mutações em células tronco hematopoiéticas afetando os precursores da linhagem linfoide. A taxa de refratariedade e de recaída em adultos com a doença aos tratamentos atuais ainda é alta, sendo assim que novas opções de tratamento ainda são necessárias. Com relação à terapia farmacológica, os produtos naturais fazem parte de um grupo importante no tratamento da LLA, tendo como exemplos consolidados os alcalóides da Vinca, a doxorubicina e a citarabina. A cefalocromina é um composto derivado da fermentação do fungo Cosmopora vilior, que apresenta atividade antiproliferativa e citotóxica por meio da parada do ciclo celular em células A549 (células de câncer de pulmão humano). Desta forma o presente estudo tem como objetivo investigar o potencial antineoplásico da cefalocromina em um amplo painel de linhagens celulares derivadas de LLA. Métodos: As linhagens celulares Jurkat, MOLT-4, CEM, NALM6, Namalwa, Daudi, Raji, SUP-B15 e REH foram expostas ao veículo e a concentrações crescentes de cefalocromina ou venetoclax (0.001 to 20 uM) por 72 h. O composto venetoclax, inibidor BCL2 foi utilizado como fármaco de referência. Posteriormente as células Jurkat, NALM6 e REH foram utilizadas em experimentos dependentes de concentração e tempo (24, 48, e 72 h). O ensaio methylthiazoletrazolium (MTT) foi realizado para determinar a viabilidade celular. A concentração inibitória de 50% (CI50) foi estabelecida por regressão linear e a análise estatística empregada foi ANOVA seguida de pós-teste de Bonferroni e correlação de Spearman utilizando o software GraphPad Prism. Os valores de p 20 μM no tratamento por 72 h, e os do venetoclax de 0.003 a 18.8 μM. Na análise de correlação, não houve associação entre os valores da CI50 dos compostos cefalocromina e venetoclax. (r = -0,13, p = 0,74), indicando ausência de resistência cruzada e sugerindo mecanismos de ação distintos entre os compostos. Além disso, ambos cefalocromina e venetoclax mostraram efeito tempo-dependente para a viabilidade celular (p < 0.05). Conclusão: Os resultados mostraram um potencial perfil citotóxico para a cefalocromina nos modelos celulares de LLA testados. Levando-se em conta o histórico de sucesso de compostos naturais na terapia de leucemias agudas, é de grande interesse estudos futuros para desvendar os mecanismos de ação da cefalocromina neste contexto. Apoio: FAPESP, CNPq and CAPES.