Revista Brasileira de Educação Médica (Nov 2023)

Conhecimento, atitude e prática dos médicos residentes de ginecologia e obstetrícia de Pernambuco sobre anticoncepção

  • Henrique Eduardo Silva do Nascimento,
  • Aurélio Antônio Ribeiro da Costa

DOI
https://doi.org/10.1590/1981-5271v47.4-2023-0096
Journal volume & issue
Vol. 47, no. 4

Abstract

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Resumo Introdução: Anticoncepção corresponde ao uso de métodos e técnicas com a finalidade de impedir que o relacionamento sexual resulte em gravidez. O médico residente em ginecologia e obstetrícia deve estar intimamente familiarizado com as múltiplas opções contraceptivas existentes, o modo de uso, os efeitos colaterais e suas contraindicações. Objetivo: Este estudo teve como objetivos identificar o nível de conhecimento, atitude e prática dos médicos residentes de ginecologia e obstetrícia do estado de Pernambuco sobre anticoncepção, determinar sua autopercepção em indicar e contraindicar os métodos contraceptivos, avaliar as melhores indicações clínicas, como prescrevê-los e orientar seu uso. Método: Foi realizado um estudo de inquérito, do tipo corte transversal, com componente analítico. Durante o período de maio a julho de 2022, aplicou-se um questionário à população-alvo, composta pelos médicos residentes de ginecologia e obstetrícia do estado de Pernambuco, e obteve-se um tamanho amostral de 157 respostas, que foram analisadas no programa estatístico Stata, versão 12.0. Resultado: Os métodos contraceptivos mais utilizados por eles foram o ACO, o DIU Mirena, a camisinha peniana e o DIU de cobre. Mais de 90% da amostra afirmou conhecer os critérios de elegibilidade e o índice de Pearl, e pouco mais da metade respondeu corretamente aos casos clínicos sobre contracepção; 52,9% relataram que não faziam uso da dupla proteção, e 40,1% da amostra mencionou que nunca usava camisinha. A maioria dos entrevistados atestou possuir uma boa prática com LARC e com esterilização cirúrgica; uma boa parcela dos residentes entrevistados considerou-se apta a orientar todos os métodos anticoncepcionais. Conclusão: O conhecimento das indicações e contraindicações pode ser considerado satisfatório, apesar de chamar a atenção a presença de uma disparidade entre a autopercepção do saber e os acertos das questões a respeito de casos clínicos específicos. Em relação à atitude, as respostas foram controversas. No âmbito da prática, obtiveram-se os melhores resultados de autopercepção de habilidade, com destaque para a prática com os LARC e a esterilização cirúrgica. As autoavaliações demonstraram que mais da metade da amostra considerou seus conhecimentos, suas atitudes e suas práticas muito satisfatórios e/ou adequados.

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