Revista Espaço Acadêmico (Nov 2009)
Para além do Muro de Berlim e de outras muralhas
Abstract
As quatro décadas e meia que se seguiram ao final da II Guerra Mundial, ao início da Guerra Fria e aos conflitos a ela associados contribuíram para estruturar as concepções de mundo com perfil da maior parte da população do planeta. O Muro de Berlim, um dos marcos simbólicos mais visíveis desse período, teve a sua construção iniciada em 13 de agosto de 1961, com o intuito de separar Berlim Oriental da parte ocidental da cidade, então sob a órbita capitalista. O Muro fez-se presente no cotidiano dos berlinenses orientais e ocidentais por longos 28 anos, até que, em 9 de novembro de 1989, milhares de manifestantes começassem a pô-lo abaixo. O colossal artefato que dividiu a cidade, e, mais do que isso, separou vidas, cerceou amizades, relações comerciais, afetivas foi um autêntico produto da exacerbação dos autoritarismos provenientes da Guerra Fria e, em particular, do regime ditatorial de viés estalinista vigente na República Democrática da Alemanha (RDA). No presente artigo serão analisadas as origens históricas da influência soviética no Leste da Europa; em adição serão analisados os conflitos emergentes da Guerra Fria e as dificuldades soviéticas para a manutenção da sua influência na Alemanha e a relação desse problema com a criação do Muro de Berlim.